Teerã, 7 de junho de 2025 – O pastor Yousef Nadarkhani, líder de comunidade cristã no Irã, teve que cumprir pena de dois anos de exílio interno, mesmo após a libertação da prisão em fevereiro de 2023.
A sentença original, decretada pelo Tribunal Revolucionário de Rasht em 2017, previa dez anos de prisão e exílio sob acusação de “agir contra a segurança nacional por meio da propagação de igrejas domésticas e promoção do cristianismo sionista”.
Cronologia do caso:
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2017: Primária condenação a 10 anos de prisão e exílio.
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2023: Nova condenação pelo mesmo artigo penal (reduzida após recurso).
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Fevereiro de 2023: Libertação da prisão com início imediato do exílio em Nik Shahr (província de Sistão-Baluchistão), localizada a aproximadamente 2.000 km de sua residência.
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Fevereiro de 2025: Término previsto do período de exílio, sem registros de novas intimações ou violações reportadas por grupos de direitos humanos.
O Relatório Anual 2025 da organização Article 18, dedicada à liberdade religiosa no Irã, documentou o caso como exemplo de aplicação de exílio interno contra convertidos do islamismo ao cristianismo. O estudo indica que a medida serve para manter ex-detentos “fora de vista” após libertação.
A Comissão dos Estados Unidos para a Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) mantém Nadarkhani em seu banco de dados de Prisioneiros de Consciência Religiosa.
Em nota de março de 2025, a entidade justificou: “Histórico de reincidência em prisões de líderes religiosos após redução da atenção pública sustenta a classificação”.
Contexto jurídico:
O Código Penal iraniano permite o exílio interno como pena complementar, frequentemente aplicada a casos enquadrados no Artigo 500 (“ameaça à segurança nacional”). Segundo a Article 18, 47 cristãos ex-muçulmanos enfrentaram medidas similares entre 2010 e 2024.
Nenhuma autoridade judiciária iraniana emitiu comunicado sobre o término do exílio de Nadarkhani. Organizações locais monitoram o cumprimento de prazos legais mediante silêncio oficial, padrão observado em casos análogos.
Considerado um dos países mais perigosos para os cristãos, o Irã é alvo de grande preocupação por parte de organizações como a Portas Abertas. A entidade pede para que os seguidores de Jesus se mobilizem em oração pela liberdade religiosa nacional.