Durante o Congresso Europeu sobre Evangelismo, realizado entre os dias 27 e 30 de maio em Berlim, o evangelista norte-americano Franklin Graham incentivou cristãos europeus a enxergarem a imigração e chegada de refugiados como uma oportunidade missionária.
Ao se dirigir aos participantes do evento, Graham afirmou que a mobilidade forçada de populações oriundas de contextos fechados ao cristianismo representa uma “janela temporária” para o anúncio do Evangelho.
“Essas pessoas vêm de lugares onde é muito difícil pregar o Evangelho”, disse Graham. “Mas agora elas estão na Europa. Temos a chance de compartilhar nossa fé com elas.”
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), a Europa segue entre as regiões com o maior número de deslocados no mundo. Para Graham, esse cenário representa não apenas uma demanda humanitária, mas uma responsabilidade espiritual.
À frente da Associação Evangelística Billy Graham e da organização Samaritan’s Purse, o evangelista ressaltou a importância de igrejas e ministérios cristãos se engajarem com os estrangeiros por meio da combinação entre assistência prática e testemunho de fé. “Em vez de irmos até eles, Deus os trouxe até nós”, declarou. “Eles não vão ficar para sempre. Muitos voltarão para seus países quando a situação melhorar. Por isso, devemos aproveitar esse momento agora”.
Unidade cristã
Durante sua participação no congresso, Franklin Graham também abordou o debate em torno do chamado “nacionalismo cristão”, termo recorrente em discussões políticas nos Estados Unidos e em alguns países da Europa.
Ele criticou o uso da expressão por parte da mídia, sugerindo que ela tem sido utilizada de forma enviesada para rotular e dividir cristãos com posicionamentos conservadores: “Acho que é uma expressão inventada para dividir os cristãos”, afirmou. “Todos somos afetados pela política. E se há políticos dispostos a ouvir, devemos aproveitar essa chance”.
Graham defendeu o envolvimento de cristãos na vida pública e ressaltou que a participação política deve estar ancorada nos valores bíblicos: “Não precisamos de menos cristãos na política. Precisamos de mais”, declarou.
Homenagem ao pai
Ao comentar sobre o futuro da Associação Evangelística Billy Graham, diante de sua idade — mais de 70 anos —, Franklin afirmou que a continuidade do trabalho está assegurada. “Se eu morrer hoje, a associação continuará pregando. Há uma equipe preparada para dar continuidade”, afirmou.
Ele mencionou o filho, Edward Graham, atual diretor de operações da Samaritan’s Purse, e a vice-presidente Paula Woodring, que atua há mais de 40 anos na organização: “Não depende de mim. Temos líderes comprometidos e capacitados”, acrescentou.
Franklin também recordou o legado de seu pai, Billy Graham, falecido há sete anos, destacando que, se estivesse presente no congresso, ele enfatizaria a centralidade da cruz de Cristo: “Acho que é nisso que ele teria se concentrado”, disse Franklin. “E é isso que também devemos proclamar com coragem nestes tempos incertos”, finalizou, de acordo com informações do Christian Daily.