Durante a celebração do culto de Páscoa em uma pequena igreja no estado de Gujarat, oeste da Índia, um grupo de hindus armados com paus e facas invadiu o local, interrompendo o momento de oração.
O episódio ocorreu no domingo, 20 de abril, e envolveu indivíduos que, segundo testemunhas e vídeos divulgados nas redes sociais, entoavam slogans religiosos hindus como “Jai Shri Ram” (“Glória ao Senhor Rama”).
Os agressores, possivelmente associados aos grupos nacionalistas hindus Vishwa Hindu Parishad (VHP) e Bajrang Dal, acusaram os cristãos presentes de promover conversões forçadas de hindus — prática proibida em Gujarat, um dos 12 estados indianos onde vigora legislação anticonversão. Essas leis exigem autorização prévia do governo para a mudança de religião e buscam, segundo seus defensores, coibir conversões obtidas por “força, fraude ou incentivo financeiro”.
A polícia foi chamada ao local e ordenou que os homens se retirassem da igreja. Até a publicação desta nota, nenhuma prisão havia sido efetuada.
Em comunicado, a seção de Gujarat da Evangelical Fellowship of India (EFI) classificou o ataque como uma violação direta da liberdade religiosa: “Tais ataques, especialmente em um dia tão significativo como a Páscoa, são um ataque direto à liberdade religiosa”, afirmou a entidade. “Instamos as autoridades a garantirem justiça e protegerem as comunidades minoritárias”, concluiu a nota.
Casos como esse têm se tornado recorrentes em alguns estados da Índia, onde a tensão entre grupos nacionalistas hindus e comunidades religiosas minoritárias — especialmente cristãos e muçulmanos — tem se intensificado nos últimos anos, segundo relatos da International Christian Concern.