Burkina Faso é atualmente um dos países africanos mais perigosos para a vida dos cristãos. Limitado a oeste e ao norte pelo Mali, o território é palco de uma série de ataques de radicais islâmicos que só este ano já matou cinco pessoas da mesma família e deixou um rastro de sangue em vários outros locais.
O ataque aos cinco cristãos da mesma família, mortos em 23 de setembro passado, foi apenas um dos quatro que ocorreram apenas em uma semana. Só na província de Bam, 35 pessoas foram assassinadas, segundo informações da Barnabas Fund.
Na vila de Komsilga, outras 10 pessoas morreram também vítimas de ataques e mais 7 morreram nas aldeias de Deneon, Singa e Norde pelos mesmos motivos: o avanço do radicalismo islâmico na região, algo inexistente antes de 2019.
“Uma insurgência islâmica em expansão transformou o Burkina Faso de um país pacífico conhecido pela agricultura, um festival de cinema célebre e tolerância religiosa em um centro de extremismo”, relatou a jornalista Danielle Paquette para o jornal The Washington Post em 21 de agosto.
Burkina Faso faz parte de um cenário envolvendo diferentes países da África, como a Nigéria, o Níger e Uganda, onde o massacre de cristãos transformou agosto de 2019 até então o mês mais sangrento para os seguidores de Cristo nos últimos tempos.
Tudo isso ocorre devido ao avanço dos radicais islâmicos nas zonas rurais desses países, onde a população possui menos chance de reação. Segundo a Barnabas Fund, chegara a emitir um comunicado para os cristãos locais.
“Fujam, convertam-se ou morram! Parem de fazer os cultos da igreja e se voltem para o Islã, você e sua congregação, ou iremos visitá-los e matá-los”, diz o texto.
A organização Portas Abertas alertou para a conversão dos ataques em Burkina Faso em algo mais amplo, organizado ao estilo de grupos terroristas maiores, como o Boko Haram, também conhecido como o Estado Islâmico da África.
“Os grupos militantes islâmicos que operam nas regiões do Norte e Oeste da África estão se espalhando rapidamente e, se o governo não intervir, eles poderão se tornar tão violentos e destrutivos quanto o Boko Haram”, diz um comunicado.
“Embora os relatórios apontem para acontecimentos isolados, os cristãos já estão se preparando para um ambiente mais hostil, já que o cristianismo costuma ser o principal alvo desses grupos”, conclui.