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A organização cristã de caridade Samaritan’s Purse, sediada na Carolina do Norte, enviou um hospital de campanha de emergência a Mianmar após um terremoto de magnitude 7,7 atingir o país e partes da Tailândia na sexta-feira, 04 de abril.
O tremor causou devastação em larga escala, com mais de 2.700 mortos confirmados apenas em território birmanês.
A aeronave DC-8 da instituição decolou de Greensboro, Carolina do Norte, na segunda-feira, 07, com destino a Calgary, no Canadá, onde foi carregada com equipamentos hospitalares provenientes do escritório canadense da organização.
Além do hospital de campanha, a aeronave transportava suprimentos médicos e 28 especialistas em resposta a desastres, entre eles médicos e enfermeiros.
Em nota, Franklin Graham, presidente da Samaritan’s Purse, afirmou:
“Agora, as famílias estão de luto pela perda de entes queridos e muitas ficaram sem nada — dormindo ao relento, sob os elementos, enquanto os tremores secundários continuam. A Samaritan’s Purse está respondendo em nome de Jesus para trazer alívio aos que estão sofrendo”.
O hospital de campanha conta com duas salas de cirurgia, um pronto-socorro, enfermarias, farmácia e laboratório, projetados para atender a casos críticos de trauma, incluindo cirurgias, transfusões e administração de medicamentos essenciais. Equipes da Samaritan’s Purse nos escritórios do Vietnã e Camboja também foram mobilizadas para auxiliar na montagem das instalações no país asiático.
Segundo informações da agência Reuters, o líder militar Min Aung Hlaing relatou na terça-feira, 08, que o número de mortos chegou a 2.719, com 441 desaparecidos e mais de 4.000 feridos. As autoridades locais acreditam que o total de vítimas fatais poderá ultrapassar 3.000.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que o terremoto comprometeu gravemente a infraestrutura de saúde, sobrecarregando hospitais e centros médicos.
Na cidade de Mandalay, a segunda maior de Mianmar, milhares de moradores passaram as noites nas ruas, temendo novos tremores. O hospital geral local, com capacidade para mil leitos, precisou ser evacuado após sofrer danos estruturais. Três hospitais foram completamente destruídos e outros 22 sofreram danos parciais, de acordo com a OMS. Muitos pacientes estão sendo atendidos ao ar livre.
Relatos da Associated Press indicam que o odor de corpos em decomposição tomou as ruas de Mandalay no domingo, enquanto voluntários e moradores procuravam sobreviventes entre os escombros. Em um mosteiro local, onde 270 monges participavam de um exame durante o terremoto, 50 foram encontrados mortos, 150 estão desaparecidos e 70 conseguiram escapar.
A catástrofe atingiu também a Tailândia, onde o desabamento de um canteiro de obras em Bangkok resultou na morte de pelo menos 12 pessoas. Autoridades tailandesas abriram investigação sobre o caso, e aumentaram as críticas à resposta emergencial do governo, com apelos por melhoria nos sistemas de alerta público.
O Ministério da Saúde de Mianmar solicitou ajuda internacional diante da incapacidade dos serviços locais de atender à demanda. Segundo a ONU, cerca de 20 milhões de pessoas já precisavam de assistência humanitária antes mesmo do terremoto, devido à instabilidade política e ao conflito armado que se intensificaram após o golpe militar de 2021. A organização lançou um apelo emergencial por US$ 8 milhões para apoiar operações de socorro.
Diversos países enviaram ajuda, incluindo China, Rússia, Índia, Tailândia e Malásia. Remessas adicionais da Samaritan’s Purse, com sistemas de filtragem de água, materiais para abrigos temporários, kits de higiene e lanternas, são esperadas nos próximos dias.
Enquanto os esforços de resposta humanitária avançam, grupos de resistência armada denunciaram a continuidade de ataques aéreos por parte do exército de Mianmar. A União Nacional Karen, um dos mais antigos grupos étnicos armados do país, cuja maioria dos membros é cristã, declarou no domingo, 06 de abril:
“A junta continua realizando ataques aéreos contra áreas civis, mesmo com a população sofrendo tremendamente com o terremoto.”
As operações da Samaritan’s Purse seguem em andamento com foco nas regiões mais afetadas, enquanto lideranças cristãs pedem orações pelos afetados e por aqueles que atuam nos resgates, segundo informações do The Christian Post.