Khristopel, um menino cristão de oito anos, morreu após sofrer agressões físicas de colegas mais velhos em uma escola primária na Indonésia. O caso ocorreu no dia 26 de maio e, segundo familiares, as agressões teriam sido motivadas pela fé da criança em Jesus Cristo. A polícia local investiga o caso.
Conhecido como Khris por familiares e vizinhos, o menino era descrito como gentil, prestativo e sonhador. Ele gostava de andar de bicicleta, brincar com a irmã mais nova, Mika, e ajudar a mãe nas tarefas de casa. Khris expressava o desejo de ser soldado quando crescesse, com o objetivo de “proteger os necessitados”, segundo relatou seu pai, Gimson.
De acordo com informações obtidas pela organização cristã Portas Abertas, Khris era uma das poucas crianças cristãs em sua escola. No dia 19 de maio, ele chegou em casa com as roupas sujas e o pneu da bicicleta furado. Ao ser questionado pelo pai, disse que havia caído e que um colega teria furado o pneu com uma agulha.
Nos dias seguintes, Khris passou a reclamar de dores abdominais. O pai relatou que o menino “andava curvado e fazia caretas de dor”. No mesmo período, a febre apareceu, mas a família inicialmente acreditou que se tratava de um mal-estar comum. “Normalmente, bastava dormir, comer e ele melhorava”, contou o pai.
Mais tarde, um colega da escola revelou que Khris havia sido alvo de bullying por causa da fé cristã. Segundo esse relato, os colegas o provocaram dizendo: “Seu Deus, Jesus, tem cabelo comprido! Ele parece esquisito!”. Khris teria revidado fisicamente após a ofensa, o que levou os colegas mais velhos a agredi-lo, com chutes e socos na região das costas, ombros e estômago.
Diante do agravamento dos sintomas, Khris foi levado ao pronto-socorro. Médicos identificaram uma infecção grave na região do plexo solar. Segundo relato do pai, Khris chegou a vomitar sangue antes de falecer às 2h10 da madrugada de 26 de maio.
Uma autópsia foi realizada antes do sepultamento. O caso ganhou repercussão nacional na Indonésia e segue em apuração pela polícia local. A direção da escola foi comunicada e, segundo Gimson, os professores reconheceram a agressão e se comprometeram a prestar assistência.
Em entrevista divulgada pela Portas Abertas, a mãe de Khris declarou: “Ainda passo suas roupas e canto louvores como antes. Pode parecer que estou bem, mas por dentro estou despedaçada. Eu trocaria toda a ajuda que recebemos por apenas mais um dia com ele”.
O pai complementou: “Ele era um menino bondoso, lindo. Nunca quis ser um peso. Só queria servir. O sonho dele de ser soldado se foi”.
A família também agradeceu o apoio recebido de parceiros da organização cristã. “Obrigado por virem até aqui para nos ajudar e apoiar. Por favor, orem para que encontremos forças para aceitar essa realidade. Esperamos que nosso filho, Khris, seja lembrado por muitos e que uma tragédia como essa nunca mais aconteça”, concluiu Gimson.