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O teólogo e hebraísta Luiz Sayão lançou a Bíblia Rota 66 com Comentários, uma nova edição de estudo das Escrituras que busca tornar o conteúdo bíblico mais compreensível e aplicável à vida cotidiana. O material foi produzido em parceria com a Editora Geográfica e apresenta o texto na Nova Versão Internacional (NVI).
Sayão, que ainda se recupera de um acidente vascular cerebral, tem divulgado o projeto como um desdobramento da série em áudio de mesmo nome, desenvolvida ao lado da Rádio Trans Mundial. “Se tornou mundialmente conhecido. São quase 300 horas de explicação, muito ouvidas ao longo dos anos”, afirmou.
O teólogo explicou que a proposta da nova Bíblia é apresentar os livros como parte de uma rota de viagem, estruturando o conteúdo com seções nomeadas de forma lúdica. “O início é o ‘Ponto de Partida’, uma introdução ao trecho bíblico. Depois, vem o ‘Abrindo o Navegador’, com um resumo do estudo. Em seguida, o ‘Recalculando a Rota’ traz perguntas para reflexão, e o ‘Fechando a Trilha’ apresenta uma conclusão prática”, detalhou.
Entre os recursos adicionais, estão a seção “Parada Obrigatória”, com imagens de locais históricos e arqueológicos, e o “Pisando Fundo”, com análises aprofundadas sobre temas teológicos e questões contemporâneas, como divórcio e o papel da Lei.
Estilo criativo
Sayão destacou o uso de títulos criativos como forma de aproximação com o leitor brasileiro. “Por exemplo, quando os amigos de Daniel são lançados na fornalha ardente, o título é ‘Temperatura Máxima’. No nascimento de Jesus, o título é ‘Exame Pré-Natal’. No Cântico dos Cânticos, temos ‘Vem, morena, cantar comigo essa cantiga’”, exemplificou.
Segundo ele, os comentários seguem uma teologia bíblica com base no texto original, sem interpretações particulares, mas com forte ligação com a realidade do leitor.
Profundidade teológica e linguagem simples
A equipe responsável pela Bíblia Rota 66 inclui estudiosos com domínio em hebraico, grego e teologia. “A Bíblia tem um ensino aprofundado que é transmitido de maneira compreensível, impactante e ligada à vida prática”, afirmou Sayão.
Ele explicou que a estrutura em formato de rota facilita o envolvimento com o texto. “A ideia é que o leitor se sinta como quem está viajando por cada parte da Bíblia, guiado por um mapa bem elaborado”, disse.
Aplicações práticas e contexto histórico
O pastor também destacou a importância de contextualizar práticas do Antigo Testamento para o leitor atual. Ele citou os sacrifícios de animais como exemplo. “O povo de Israel era nômade, vivia num ambiente desértico e tinha rebanhos. Eles ofereciam a Deus aquilo que possuíam: cabras e ovelhas”, explicou.
Ao aplicar o texto, Sayão ressaltou: “A principal lição é: ofereça a Deus o seu melhor. E mesmo quando falhar, é possível recomeçar por meio do perdão e seguir adiante”.
Sobre traduções bíblicas
O teólogo comentou também sobre o desenvolvimento de traduções. Segundo ele, novas versões surgem à medida que avançam as pesquisas em linguística, arqueologia e história: “Uma boa tradução corresponde à pesquisa atualizada e detalhada do sentido do texto original”, avaliou.
Ele apontou quatro versões que considera equilibradas em fidelidade e clareza: Nova Versão Internacional 2011 (NVI), Nova Versão Transformadora (NVT), Nova Almeida Atualizada (NAA) e Almeida Século 21.
Como estudar a Bíblia
Sayão orientou que cada pessoa precisa encontrar seu próprio ritmo e método. “Alguns funcionam bem às cinco da manhã, outros depois das dez. Há quem precise de silêncio e outros que aprendem ouvindo áudios. O importante é descobrir o que funciona melhor para si”, disse.
Ele recomendou que o estudo seja contínuo, com foco e perseverança. “Escolha um caminho e vá até o fim. Anote dúvidas e busque respostas. O aprendizado bíblico é como uma caminhada constante”, declarou.
Para ele, o ponto mais importante é a disposição espiritual. “Se a pessoa está interessada, vai fazer de tudo para aprender. Sem fome, não há aprendizado”, afirmou, na entrevista ao portal Guia-me.
Por fim, Sayão ressaltou que o conteúdo aprendido precisa ser vivido. “Estudar sem colocar em prática é como puxar o ar e nunca soltar. É preciso aplicar o conhecimento na vida e na comunidade de fé”, concluiu.