Uma igreja foi alvo de uma ação de intolerância religiosa de extremistas muçulmanos no Quirguistão, que atearam fogo ao templo. No entanto, o caso ganhou repercussão internacional porque a Bíblia Sagrada que estava no púlpito não foi queimada no incêndio.
O templo pertence a uma comunidade Batista, localizada na pequena cidade de Kajsay, na região de Issyk-Kul, área fronteiriça com a China. A igreja é formada por quirguízes e russos, e agora os fiéis estão à busca de um novo local de culto, com o ânimo renovado por considerarem que a preservação da Bíblia é um sinal para que fiquem firmes na fé.
“Este é um sinal incrível”, disse o missionário Paul. “Algo assim já tinha acontecido por aqui, muito tempo atrás, quando comunistas atearam fogo a uma Igreja Pentecostal durante a noite. A Bíblia e o templo também sobreviveram. Não há dúvida de que a igreja no Quirguistão irá sobreviver e continuar a pregar o Evangelho”, acrescentou.
A polícia confirmou que foram encontrados vestígios de coquetéis molotov no local e admitiu que trata-se de um caso de “incêndio criminoso”. No entanto, os fiéis consideram que há má vontade para solucionar o caso. “Nós não acreditamos que a polícia encontre e puna aqueles quem queimou nossa igreja”, disse um dos membros, segundo informações do portal Release International.
As emissoras de rádio e TV noticiaram o caso e causaram um “grande protesto público”. A polícia minimizou a falta de pistas sobre os responsáveis, dizendo que o atentado foi “organizado por aqueles que não gostam da igreja e do cristianismo em um país muçulmano”.
Os cristãos da região estão se queixando do comportamento da Polícia, já que ao invés de investigar os responsáveis pelo crime, estão questionando quem financiou a construção do templo, quantos membros frequentavam e outras questões menores. Antes do atual atentado, houve um incidente em agosto de 2017, quando as paredes de outra igreja foram pichadas com ameaças: “Nós vamos matar vocês”.