O relato de Jorina, uma cristã humilhada por vizinhas muçulmanas, ilustra a realidade enfrentada por muitos cristãos convertidos no Norte de Bangladesh, onde a conversão ao cristianismo pode resultar em perseguições severas.
A hostilidade demonstrada por líderes islâmicos locais e pela comunidade reforça a vulnerabilidade de cristãos ex-muçulmanos, especialmente mulheres.
A história de Jorina começou com o interesse em aprender sobre Jesus, despertado pelas conversas de seu marido com cristãos. Durante dois anos, ambos estudaram a Bíblia e textos islâmicos antes de decidirem seguir a fé cristã. Entretanto, sua conversão os colocou em uma posição de isolamento e risco.
A experiência de humilhação vivida por Jorina, ao ser forçada por mulheres da vila a expor seu corpo em busca de um suposto “selo” cristão, reflete o impacto de crenças equivocadas e da falta de entendimento sobre o cristianismo na região.
Efésios 1.13 menciona o selo do Espírito Santo como uma marca espiritual, mas alguns na comunidade interpretam isso de forma literal, o que resultou no constrangimento imposto a Jorina.
Além disso, a conversão trouxe dificuldades familiares e sociais. A família do marido cortou laços, ameaçou a vida do casal e os privou de heranças. Os filhos enfrentam discriminação na escola e intimidações de colegas.
A hostilidade da comunidade se traduz em ameaças constantes, sem que haja qualquer proteção das autoridades locais, que tendem a ignorar os casos de perseguição a cristãos.
Mesmo humilhada, Jorina continua compartilhando o Evangelho e discipulando novos convertidos em uma igreja doméstica, ao lado do marido. Apesar dos riscos, ela afirma: “Se tivermos que morrer, que seja pelo Senhor. Se estamos vivos, que seja para a glória do Senhor. Deus pode trabalhar por meio de nós”.
O caso de Jorina exemplifica a perseguição religiosa sofrida por cristãos em Bangladesh, onde, segundo a organização Portas Abertas, o país ocupa uma posição alta no ranking mundial de perseguição cristã. A pressão sobre convertidos do islamismo é intensa, vinda tanto da sociedade quanto das famílias, e pode incluir agressões, ameaças de morte e exclusão social.
Apesar das dificuldades, o testemunho de Jorina demonstra a resiliência e a firmeza na fé que caracterizam muitos cristãos perseguidos ao redor do mundo.