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Lamartine Posella, pastor da Yah Church em São Paulo e influenciador digital com mais de 2 milhões de seguidores nas redes sociais, publicou um vídeo em seu canal no YouTube na última terça-feira (10) com advertências sobre os impactos da inteligência artificial (IA) na sociedade.
Em tom profético, ele listou três “alertas divinos” sobre como a tecnologia, sem orientação espiritual, poderá influenciar relacionamentos, crenças e comportamentos humanos.
1. Solidão e amizades virtuais
Posella citou declarações de Mark Zuckerberg, fundador do Meta, de que “o americano médio deseja ter 13 amigos, mas só tem três”.
Segundo o pastor, a IA preencherá essa lacuna com “amigos virtuais capazes de simular empatia, mas desprovidos do Espírito Santo”. “Milhões serão influenciados por esses algoritmos em decisões morais e espirituais, sem discernir que são ferramentas vazias de verdadeira conexão divina”, afirmou.
O discurso ecoa preocupações de pesquisadores como Sherry Turkle, do MIT, que desde 2015 estuda os efeitos da tecnologia na solidão. Posella, porém, enfatiza o aspecto religioso: “A Bíblia diz que o homem foi feito para relacionamentos autênticos. A IA oferece substitutos que podem afastar as pessoas de Deus”.
2. Uma nova religião sincrética
O segundo alerta trata do uso da inteligência artificial para criar “uma religião híbrida, combinando elementos de várias crenças”.
Posella argumentou que, ao processar dados de textos sagrados, discursos e padrões culturais, sistemas como o ChatGPT poderiam “distorcer verdades espirituais e promover sincretismo”. “Isso atrairá muitos por parecer inclusivo, mas será uma armadilha para afastar o mundo do Deus verdadeiro”, declarou.
O temor se alinha a projetos como o “IA Rabbi”, lançado em 2022 nos EUA, que usa algoritmos para gerar sermões. Para o pastor, tais iniciativas, sem supervisão teológica, “abrem portas para falsos mestres digitais”.
3. Vigilância e manipulação
O terceiro ponto aborda dispositivos conectados à IA, como assistentes virtuais e câmeras inteligentes.
Posella alertou que “esses sistemas monitorarão palavras, emoções e até arrependimentos, armazenando dados para manipulação futura”. “
A mesma tecnologia que ajusta seu termostato poderá ser usada para coagir comportamentos ou criar narrativas falsas”, disse ele, citando casos como o escândalo da Cambridge Analytica (2018) como prenúncio.
Posella, de 41 anos, é cofundador do movimento “Última Geração”, que prega o avivamento cristão frente a “crises mundiais”. Seu vídeo acumulou 450 mil visualizações em 48 horas, com comentários divididos entre apoiadores e críticos que o acusam de “tecnofobia”.
Procurado, o engenheiro de IA Felipe Castro, da USP, ponderou: “A tecnologia é neutra. O problema está em quem a controla. Discernimento é necessário, mas associá-la apenas a riscos espirituais é simplista”.
Posella finalizou o vídeo conclamando fiéis a “buscar o Espírito Santo como antídoto contra o engano”. “A Bíblia prevê tempos de apostasia. Cabe à igreja vigiar”, concluiu. A Yah Church não informou se planeja ações práticas sobre o tema.