O governo de Daniel Ortega, da Nicarágua, tem intensificado a repressão a organizações cristãs no país. De acordo com a Missão Portas Abertas, mais 15 instituições religiosas foram fechadas pelas autoridades sob a acusação de “não cumprirem suas obrigações”.
Entre as organizações afetadas está a Save the Children, que operava no país desde 1986, mas foi dissolvida recentemente, sendo impedida de continuar suas atividades nas áreas de educação, saúde, nutrição e defesa dos direitos das crianças.
Essa medida faz parte de uma série de ações do governo para reprimir fundações cristãs, que frequentemente denunciam violações de direitos humanos. Em 2024, o regime de Ortega fechou aproximadamente 1.700 organizações, incluindo 678 entidades cristãs. Desde 2018, mais de 5.400 ONGs foram fechadas, muitas delas com uma forte presença evangélica.
A comunidade cristã nicaraguense tem se manifestado contra o regime autoritário de Ortega há anos. Líderes religiosos criticam abertamente a repressão violenta a manifestantes e as restrições à liberdade de expressão no país.
As tensões políticas aumentaram desde as eleições gerais de 7 de novembro de 2021, quando Ortega foi reeleito para um quinto mandato em um pleito considerado polêmico. Desde então, o governo fechou mais de 256 igrejas evangélicas, de acordo com a organização de direitos humanos Nicarágua Nunca Más.
Além disso, mais de 200 líderes religiosos foram forçados a fugir do país, 20 deles perderam sua cidadania e 65 foram indiciados por acusações como conspiração.
O diretor do ministério Mountain Gateway, John Britton Hancock, mencionou que atualmente há cerca de 100 pastores presos. Em resposta à crescente repressão, muitos cristãos evangélicos têm se reunido secretamente em suas casas para cultuar a Deus sem atrair a atenção das autoridades.
A situação na Nicarágua continua a ser monitorada pela Missão Portas Abertas, que incluiu o país na 30ª posição de sua Lista Mundial da Perseguição 2025. A entidade observou que “a hostilidade contra os cristãos na Nicarágua continua a se intensificar, sendo aqueles que se manifestam contra o presidente Ortega e seu governo vistos como agentes desestabilizadores”.