Casos de pais que perderam a guarda dos filhos após atuação do Ministério Público para que os menores fizessem o procedimento para mudança de sexo sem o consentimento dos progenitores ilustraram um alerta da psicóloga Marisa Lobo sobre a necessidade de discutir o assunto de forma mais aprofundada na sociedade.
Liderança conservadora nacional, Marisa Lobo reiterou sua preocupação com esse tipo de mobilização: “Alguns anos atrás, por volta de 2009 e 2010, eu e outros colegas profissionais e ativistas pró-vida cristãos, alertamos sobre a intenção por trás dos movimentos LGBTs e outros alinhados com a ideologia de esquerda em geral, afirmando que o discurso sobre ‘direitos sexuais das crianças’ e adolescentes são, na verdade, estratégias políticas que visam retirar a autoridade familiar sobre a educação sexual e moral dos filhos”, contextualizou.
A psicóloga recapitulou que a visão crítica sobre o assunto levou essas formadores de opinião a serem “taxados de fundamentalistas, exagerados e criadores de polêmicas, sofrendo todo o tipo de preconceito, inclusive de alguns do meio cristão, como se nossos alertas fossem invenção das nossas cabeças e não fruto de anos de pesquisa e estudo na área da sexualidade e do comportamento humano”.
“Todavia, atualmente a sociedade pode comprovar através de inúmeros casos que nossos alertas não apenas estavam certos, como foram precisos, enxergando só agora o que há anos tentamos evitar em nosso país”, afirmou, em seu artigo para o portal Pleno News.
“Aqui no Brasil, um caso em particular passou despercebido para a maioria, especialmente da grande mídia, em julho do ano passado. Ocorreu em Minas Gerais, quando um garoto de apenas, (pasmem!), 12 anos, conseguiu autorização judicial para ‘mudar de sexo’, mesmo sem a autorização do seu pai. Muito embora a mãe o apoiasse em clara oposição ao posicionamento paterno”, resumiu.
Citando a decisão da Justiça que autorizou a interrupção da puberdade no caso citado, a psicóloga apontou que o termo, significa na prática, “impedir que o corpo da criança se desenvolva naturalmente e adquira às características típicas do sexo de nascimento”.
“Os profissionais que fazem esse tipo de aberração com um ‘transgênero’, por exemplo, utilizam hormônios do sexo oposto, ‘bloqueando’ o hormônio produzido naturalmente pelo corpo através da injeção dos hormônios artificiais”, acrescentou Marisa Lobo.
Cobaias
“Esse tipo de procedimento é, na verdade, uma experimentação científica com efeitos colaterais terríveis e irreversíveis, sem qualquer fundamentação científica séria que garanta a saúde das pessoas ao longo de sua vida”, denunciou a psicóloga, apontando uma realidade que coloca sob suspeição a ética na conduta adotada por parte dos profissionais da área.
“Uma publicação chamada Dores de Crescimento: Problemas com a supressão da puberdade no tratamento de disforia de gênero (Growing Pains: Problems with Puberty Suppression in Treating Gender Dysphoria), publicada em 20 de junho de 2017 pelo jornal científico The New Atlantis, avaliou mais de 50 estudos acerca do tratamento hormonal em transgêneros e concluiu que ‘a luz de muitas incertezas e desconhecimentos, seria apropriado descrever o uso de tratamentos que bloqueiam a puberdade para a disforia de gênero como experimentais’. Ou seja, deixando claro que não é possível afirmar ser esse um procedimento seguro. É apenas uma experiência!”, sublinhou Marisa Lobo.
Um dos autores do estudo, Dr. Paul McHugh, professor de psiquiatria da Universidade John Hopkins, se aprofundou a respeito das descobertas: “A conclusão é que há pouca evidência científica que apoia este tratamento como algo seguro e reversível. Não temos provas suficientes sobre a sua segurança, mas sim muitas boas razões para se preocupar com o dano”.
Em outro artigo, McHugh se associou ao Dr. Lawrence S. Mayer, da Universidade Estadual do Arizona, para refutar a ideia de que transgêneros já “nascem assim”, como a grande mídia tem apregoado. “A disforia de gênero, na verdade, é ocasionada por fatores ambientais associados à educação e outras variantes culturais, além de traumas sexuais”, destacou Marisa Lobo, citando conclusões obtidas pelos pesquisadores e reveladas no artigo científico Sexualidade e Gênero: Resultados das Ciências Biológicas, Psicológicas e Sociais.
Para Marisa Lobo, a ciência não está sendo ouvida pela Justiça nesses casos: “A posição dos pesquisadores […] Lawrence S. Mayer e Paul McHugh é apenas um pequeno exemplo do número de profissionais que em todo mundo estão alertando sobre os perigos da falaciosa ‘mudança de sexo’, dizendo que não há evidências seguras na ciência para apoiar o tratamento hormonal em transexuais”.
“Eu mesma pesquiso sobre o tema há 15 anos, aqui no Brasil, e tenho sido perseguida por ativistas LGBTs e pelo próprio Conselho de Psicologia por causa disso. Já publiquei dois livros de referência chamados Ideologia de Gênero na Educação e Famílias em Perigo, nos quais explico os perigos da ideologia de gênero e como lidar com crianças com conflito de identidade”, listou.
“Mas, se a ciência diz uma coisa, porque a Justiça não está correspondendo? Por que os pais estão perdendo a guarda dos seus filhos, em nome de uma ideologia? A razão disso é o aparelhamento ideológico também no sistema judiciário. Não é só na psicologia que temos visto isso. Temos juízes, procuradores, advogados, militando em causa própria, favorecendo a defesa de questões políticas e não científicas. É disso que ativistas LGBTs se aproveitam”, acrescentou.
“Não foi por acaso, por exemplo, que a procuradora da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), Débora Duprat, afirmou durante um debate sobre o Escola Sem Partido, na TV Câmara no ano passado, que é um ‘equívoco’ a ideia de que ‘criança pertence a família. Que a família tem o poder absoluto sobre a criança […]. Não é verdade! A Constituição diz que a criança é um problema da família, da sociedade e do Estado’. A ideia implícita nessa afirmação deixa claro que, em caso de discordância entre a vontade dos pais e a dos filhos com relação à sexualidade, por exemplo, em nome dos “direitos sexuais das crianças”, o Estado poderá interferir e decidir retirar dos pais a autoridade de orientar e determinar sobre seus filhos o caminho que achar melhor”, discorreu a psicóloga.
“Foi exatamente isso o que ocorreu no caso de Minas Gerais”, frisou Marisa Lobo. “Isso é fruto de quem colocamos no poder. Os políticos são responsáveis por criar medidas capazes de inibir esse tipo de ação, que diminui o valor da família e supervaloriza a influência da cultura. Precisamos ter representantes no Congresso que saibam nos defender desse mal, impedindo que a família seja desrespeitada e os filhos se tornem vítimas do abuso ideológico promovido por ativistas”, ponderou.
“A ciência está do nosso lado, mas para fazer valer o que conhecemos precisamos do apoio das famílias. De cada pai e mãe que possa, por exemplo, nas eleições deste ano, votar de forma consciente, apenas nos candidatos que declaradamente apoiam projetos como o Escola Sem Partido, contra a ideologia de gênero e contra quaisquer medidas que visam diminuir a autoridade familiar sobre os filhos. Essa é a sua responsabilidade e o momento de combater é agora, antes que seja tarde demais!”, concluiu.