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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em 28 de maio, durante cerimônia na cidade de Cachoeira dos Índios (PB), que a seca histórica do sertão nordestino seria parte de um plano divino ligado à sua eleição.
A declaração infame foi feita durante a entrega do primeiro trecho do Ramal do Apodi, obra integrante do projeto de transposição do Rio São Francisco.
“Era uma obra que muita gente não acreditava que a gente fosse fazer. Porque fazia 179 anos. Não estou falando de dez anos, estou falando de 179 anos que se prometia água para essa região. E eu, graças a Deus, descobri uma coisa: Deus deixou o sertão sem água, porque sabia que eu ia ser presidente da República e ia trazer água pra cá”, declarou Lula.
O Ramal do Apodi é parte do Eixo Norte da transposição, previsto para beneficiar municípios nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. A obra, cuja construção envolve diferentes gestões federais desde 2007, tem como objetivo ampliar o abastecimento hídrico em áreas atingidas por estiagens prolongadas.
Durante o evento, Lula também criticou administrações anteriores, especialmente a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em referência à seca e seus impactos sociais, afirmou: “A fome por causa da seca é falta de vergonha na cara das pessoas que governam esse país”.
Ao final de seu discurso, o presidente reforçou o compromisso do governo com políticas públicas e educação, e fez críticas diretas ao seu antecessor. “Nós viemos ao mundo para transmitir amor, para transmitir fraternidade e solidariedade, não para transmitir ódio. […] Pode ter certeza, nós vamos continuar investindo em educação, nas coisas que vocês precisam, mas nunca mais vamos votar numa tranqueira para fazer o que foi feito nesse país no governo passado”, disse.
A cerimônia reuniu autoridades locais, lideranças políticas da região e membros do governo federal. O Ramal do Apodi tem previsão de beneficiar cerca de 750 mil pessoas, segundo dados do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.