
O pastor e teólogo Luiz Sayão criticou publicamente a condução diplomática do governo brasileiro em relação ao conflito no Oriente Médio, especialmente a postura adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diante da guerra entre Israel e o grupo Hamas na Faixa de Gaza.
Sayão reagiu às declarações de Lula, feitas em fevereiro de 2024, quando o presidente classificou as ações militares israelenses como “genocídio”. Na ocasião, Lula afirmou: “Na Faixa de Gaza, é um genocídio de um exército muito bem preparado contra mulheres e crianças, a pretexto de matar terroristas. Já houve caso de explodir hospital, e não tinha um terrorista, só tinha mulher e criança”.
Em resposta, o pastor questionou a imparcialidade do governo brasileiro e alertou para uma suposta distorção do contexto: “Muita gente dá opinião, né, sobre a realidade lá sem conhecer de perto. Modéstia à parte, eu já estive mais de 60 vezes em Israel e tenho amigos judeus e árabes. Tenho relacionamento próximo com o ambiente israelense judaico e também na Palestina”, declarou Sayão.
Segundo ele, há incoerência na diplomacia brasileira ao se criticar Israel e, ao mesmo tempo, manter relações com líderes internacionalmente questionados. “Tenho a impressão de que a nossa articulação política no Brasil, nesse sentido, está bastante equivocada. Até porque o presidente, por exemplo, estava em boas conversas na Rússia, com alguém que é totalmente questionado pela comunidade internacional por ter começado uma guerra indevida, invadindo a Ucrânia”, disse.
O pastor destacou que a resposta israelense aos ataques de 7 de outubro de 2023 foi significativa, mas justificável diante do contexto: “Fica muito difícil […] porque você tem uma postura tão leniente em relação ao Vladimir Putin e uma crítica tão exagerada sobre Israel. É verdade que Israel reagiu, e reagiu de maneira significativa em relação a Gaza. E a gente lamenta tudo isso. Ninguém comemora ou acha razoável todo o sofrimento que existe em Gaza. Mas vamos ser realistas”, declarou.
Luiz Sayão também fez referência à escalada do antissemitismo observada em várias partes do mundo desde o início do conflito. Ele lembrou os repetidos ataques sofridos por Israel ao longo dos anos. “Eu acompanho isso há vários anos. Israel tem, durante anos, suportado ataques de mísseis vindo de Gaza o tempo todo. Todo dinheiro, todo recurso… Basta você ler o livro Filho do Hamas. O sujeito rompeu porque percebeu o caminho do reinado do terror, que não admite qualquer tipo de questionamento”, afirmou, ao Pleno News.
Encerrando sua análise, Sayão reforçou que grupos como o Hamas têm recebido apoio logístico e financeiro e operam com o objetivo declarado de destruir o Estado de Israel. Para ele, o posicionamento do Brasil deve considerar esse contexto e buscar uma postura equilibrada, sem ignorar as raízes e os desdobramentos do conflito.