Durou pouco o aceno do governador João Doria (PSDB) aos evangélicos: dez dias depois de assinar um decreto garantindo status de atividade essencial às igrejas, o mandatário paulista proibiu o funcionamento dos templos para realização de cultos.
No dia 01 de março, Doria assinou o decreto que garantia às igrejas o status de atividades essenciais, garantindo seu funcionamento desde que “obedecidos os critérios sanitários e de proteção aos que dela participam”.
A decisão, vista como um cálculo político, contrastava com a postura adotada pelo governador no começo da pandemia, e foi elogiada pelo pastor Silas Malafaia.
Nesta quinta-feira, 11 de março, João Agripino Doria fez um novo pronunciamento revelando que atendeu ao pedido do Ministério Público e suspendeu a liberação da realização de cultos, missas e demais atividades religiosas coletivas entre os dias 15 e 30 de março.
No anúncio, Doria também proibiu a realização de eventos esportivos, como os jogos de futebol, e instituiu toque de recolher entre 20h00 e 05h00 da manhã nesse período. De acordo com informações do portal G1, o governador não esclareceu o que significa a mudança do termo “toque de restrição” para “toque de recolher”.
O “toque de restrição” foi anunciado, semanas atrás, como parte de uma força-tarefa para ampliar a fiscalização dos estabelecimentos que não deveriam funcionar a partir das 22h00, no entanto, a Polícia Militar não havia sido incumbida de proibir a circulação de pessoas.
Agora, com a mudança, não há certeza sobre a garantia da liberdade de ir e vir, garantida na Constituição, aos cidadãos paulistas.
Além de igrejas e eventos esportivos, o governador determinou a obrigatoriedade do trabalho em home-office para atividades administrativas não essenciais, proibiu o funcionamento de lojas de materiais de construção e também proibiu que estabelecimentos como lojas e restaurantes façam entregas presenciais, permitindo apenas o sistema delivery.