INQUÉRITO DE GOLPE TEM QUE SER ANULADO! Alexandre de Moraes prende ex-ministro de Bolsonaro para desviar atenção pic.twitter.com/l6MfNXHHqZ
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) June 13, 2025
O pastor Silas Malafaia pediu, em vídeo publicado nas redes sociais nesta sexta-feira, 13 de junho, a anulação do inquérito que apura os atos do dia 8 de janeiro de 2023. A manifestação ocorreu após a reportagem da revista Veja apontar contradições na delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Veja, Cid teria utilizado outro canal de comunicação, após prestar colaboração premiada, para afirmar que sofreu pressões de um delegado da Polícia Federal e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com o objetivo de induzi-lo a incriminar o ex-presidente Bolsonaro.
“O advogado de Bolsonaro botou uma pegadinha, uma casca de banana para Mauro Cid, na hora lá do depoimento, dizendo: ‘Vem cá, você usou redes sociais da sua mulher para conversar com pessoas?’”, relatou Malafaia. Ele continuou: “Agora, ontem, no dia 12, quinta-feira, capa da revista Veja: ‘Mauro Cid mentiu’. […] A delação de Mauro Cid é nula”.
O pastor afirmou ainda que todo o inquérito estaria sustentado exclusivamente nas declarações do ex-ajudante de ordens. “Eu quero perguntar ao procurador-geral, Paulo Gonet, e aos demais ministros do STF: os senhores vão manter essa farsa de pseudogolpe, baseado numa delação que é nula?”, declarou.
Malafaia também criticou a prisão do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, determinada por Moraes na mesma data: “Hoje, dia 13, ele manda prender o ex-ministro de Bolsonaro, Gilson Machado. […] É uma cortina de fumaça para desviar a reportagem séria e grave da Veja”, afirmou.
O líder religioso dirigiu-se ainda à Associação Brasileira de Imprensa (ABI), à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ao Congresso Nacional e à imprensa em geral, solicitando uma reação institucional. “O Estado Democrático de Direito sendo jogado na lata do lixo”, disse.
Até o momento, o STF não se pronunciou oficialmente sobre a reportagem. Também não houve resposta pública da Polícia Federal ou do procurador-geral da República, Paulo Gonet, sobre os conteúdos revelados pela revista. A colaboração premiada de Mauro Cid foi homologada pelo Supremo em setembro de 2023.