O áudio vazado da pastora Denise Seixas trouxe à tona novos detalhes sobre sua renúncia à presidência da Igreja Bola de Neve. Com duração de 32 minutos, a gravação revela que a saída da liderança ocorreu sob pressão e sob a alegação de ameaças.
A conversa, registrada entre Denise e Márcio Bieda, indica que a pastora teria deixado o cargo após enfrentar intimidações e assinado um contrato de confidencialidade.
Na gravação, Denise afirma que foi alvo de ameaças diretas: “Eu comecei a sofrer ameaça. Eu não vou falar de quem. Falavam assim: ‘Agora você bate, mas lá na frente você vai apanhar. Esquece que você tem filho, que você tem filha’”, declarou. Além disso, relatou que passou a ser seguida por carros e recebeu ameaças por telefone. “Onde eu parava, os carros paravam também”, disse.
O contrato de confidencialidade assinado por Denise previa, segundo ela, uma multa de R$ 30 mil em caso de descumprimento: “Promete, porque senão tô lascada, vou pagar uma multa de R$ 30 mil”, afirmou no áudio.
A pastora também mencionou que o acordo estabelecia o pagamento de um salário até a conclusão do inventário de seu ex-marido, o apóstolo Rina, fundador da Bola de Neve: “Eu tenho 52 anos, eu vou ter o salário até o inventário sair, porque na hora que meu inventário sair, eu vou mandar o dinheiro deles enfiar tudo no rabo”, disse.
A divulgação do áudio gerou grande repercussão entre fiéis e ex-integrantes da igreja, levantando questionamentos sobre as circunstâncias da saída de Denise e os termos do acordo firmado. Até o momento, nem a Igreja Bola de Neve nem Denise Seixas se pronunciaram oficialmente sobre o vazamento da gravação.
Sobre o acordo, o novo advogado de Denise, Leonardo Girundi, confirmou que o entendimento foi firmado: “Fizemos acordo para encerrar todas as ações. O acordo é sigiloso, então não posso falar de detalhes. Nenhuma ação proposta pela igreja ou pela pastora Denise seguirá. Todas. Reintegração de posse, antecipação de tutela que reconheceu a presidência e a ação de registro público onde foi determinado o registro no cartório da pastora Denise como presidente”.
“Ela orou e, depois de ouvir conselhos, entendeu que o melhor para a Igreja e seus membros era a sua renúncia. Entendendo que a Igreja não tem dono e que seus membros devem escolher quem serão os responsáveis por ela. Denise vai aproveitar para se dedicar à família. Ela foi cofundadora da Bola de Neve junto com seu marido, Ap. Rina. São muitos anos de história. A Igreja, por seus pastores e conselheiros, deixou claro que ela sempre será bem-vinda. Possui muitos amigos na Igreja. E por tudo isso, não sabemos como será no futuro”, acrescentou Girundi ao Uol.
