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Durante os ataques com mísseis realizados pelo Irã contra Israel, um grupo de cristãos se reuniu em oração e louvor dentro de um bunker na cidade de Tel Aviv. O momento foi registrado em vídeo e compartilhado por Emanuel Roro, judeu messiânico e líder de louvor em Israel. As imagens viralizaram nas redes sociais.
Na gravação, é possível ver pessoas reunidas em adoração ao som de violinos e outros instrumentos. Entre os cânticos entoados estava a canção Yeshua, composta pelo brasileiro Alessandro Vilas Boas.
“Mesmo enquanto os foguetes caíam, nós exaltávamos o nome de Yeshua — o Príncipe da Paz”, escreveu Roro em sua publicação. Ele acrescentou ainda que “Jesus é a esperança de Israel e do Irã”, citando a profecia de Isaías 9:6, que se refere ao nascimento do Messias.
A manifestação religiosa ocorreu no contexto da maior escalada militar recente entre os dois países. Desde a noite de sexta-feira, 13 de junho, Israel e Irã vêm realizando ofensivas aéreas mútuas. No domingo, 15 de junho, Israel lançou mísseis contra instalações energéticas no sul do território iraniano. Horas mais tarde, o governo do Irã respondeu com centenas de drones e mísseis lançados contra cidades israelenses, incluindo Tel Aviv, Haifa, Rehovot e Bat Yam.
Em Bat Yam, um dos mísseis atingiu um edifício residencial, matando seis pessoas, entre elas duas crianças. Segundo autoridades de defesa israelenses, o número de mortos no país subiu para 24, com mais de 500 de feridos. Entre os mortos nos ataques estratégicos israelenses estariam, segundo diplomatas, nove cientistas nucleares e quatro generais das Forças Armadas iranianas.
As ofensivas despertaram reações divergentes na população iraniana. Em Teerã, apoiadores do regime organizaram protestos com apelos por vingança. No entanto, também foram registrados relatos de cidadãos comemorando as mortes de membros do governo.
Zahra, uma mulher de 50 anos entrevistada pela emissora norte-americana NPR, declarou: “Quando ouvi a notícia, perdi o controle e comecei a gritar, agradecendo ao Netanyahu por matar esses criminosos”. Touraj, fotógrafo da mesma idade, afirmou: “Acho que este é o começo do fim. Isso vai fazer as pessoas ficarem mais corajosas”.
O agravamento do conflito tem sido acompanhado com preocupação por autoridades internacionais. O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou envolvimento direto na operação israelense, mas afirmou que “haverá retaliação” caso o Irã ataque alvos norte-americanos.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e o papa Leão XIV emitiram notas públicas pedindo contenção e retomada do diálogo diplomático.
A tensão entre os dois países tem raízes históricas. O Irã, governado por um regime teocrático xiita desde a Revolução Islâmica de 1979, mantém antagonismo declarado com Israel, cuja aliança com os Estados Unidos é vista por Teerã como uma ameaça regional. Israel, por sua vez, tem acusado o Irã de desenvolver armas nucleares, o que justificaria, segundo o governo israelense, ações preventivas contra instalações militares e científicas no território iraniano.
Apesar do cenário de guerra, o vídeo compartilhado por Emanuel Roro destaca um aspecto frequentemente invisível nos noticiários sobre o conflito: a dimensão espiritual vivida por grupos minoritários, como os cristãos messiânicos em Israel. Nas palavras de Roro: “Mesmo em meio à destruição, há um povo que continua a proclamar que Yeshua é o Messias”.