A Comissão de Ética e Liberdade Religiosa da Convenção Batista do Sul (SBC) iniciou uma campanha pressionando o Congresso dos Estados Unidos a cortar o financiamento federal destinado à Planned Parenthood, o maior provedor de serviços de aborto do país.
O presidente da comissão, Brent Leatherwood, afirmou ao The Christian Post que a estratégia está centrada na utilização do processo de reconciliação, que permite aprovar medidas com uma maioria simples no Senado, atualmente dominado pelos republicanos.
Leatherwood destacou que a posição dos republicanos é clara quanto ao mal causado pela Planned Parenthood, mencionando os milhões de abortos realizados e o impacto nas mães vulneráveis.
Ele ressaltou que, com o controle da Câmara dos Representantes, do Senado e da Casa Branca pelos republicanos, agora seria o momento ideal para cumprir a promessa de desfinanciar a organização, garantindo que os recursos públicos não sejam destinados a essas atividades.
Líderes e membros da SBC, tanto passados quanto presentes, estão comprometidos em apoiar a campanha. A estratégia inclui contactar comitês chave, como o Comitê de Energia e Comércio e o Comitê de Orçamento, para pressionar por essa mudança. A ideia central é acabar com os fundos anuais destinados à Planned Parenthood, visando reduzir o custo para os contribuintes e, ao mesmo tempo, honrar as promessas feitas durante a campanha republicana.
Nos últimos 20 anos, legisladores e ativistas pró-vida tentaram, sem sucesso, remover uma parte significativa do financiamento federal que a Planned Parenthood recebe. Por outro lado, críticos da medida, como Nancy Northup, presidente do Center for Reproductive Rights, argumentam que cortar esse financiamento comprometeria a saúde das mulheres.
Northup classificou os esforços para desfinanciar a organização como uma “cruzada imprudente e politicamente motivada contra os cuidados de saúde das mulheres”.
Apesar das críticas, Leatherwood questionou a real eficácia da Planned Parenthood em fornecer serviços de saúde que não envolvem o aborto. Ele citou um artigo do New York Times, publicado em um sábado, que detalhou alegações contra a qualidade do atendimento prestado por clínicas afiliadas à Planned Parenthood.
O artigo revelou que muitas dessas clínicas enfrentam sérias dificuldades operacionais, incluindo equipamentos antiquados e equipes mal treinadas devido à alta rotatividade, o que resultou na queda no número de pacientes atendidos.
Leatherwood reiterou sua posição de que a principal preocupação da Planned Parenthood é o aborto, e que outros serviços médicos são secundários. Ele defendeu que a principal prioridade deve ser proteger as mães e crianças, e que a desfinanciação da organização seria a melhor forma de proteger vidas no Congresso.