No estado de Borno, nordeste da Nigéria, terroristas do Boko Haram atacaram a comunidade de Kwaple, predominantemente cristã, resultando na morte de sete pessoas e na destruição de casas e igrejas. O ataque ocorreu durante um velório, quando membros da comunidade estavam de luto.
James Musa, um morador local, confirmou o ataque e pediu orações pela intervenção divina. Ibrahim Adamu, outro residente, relatou que os terroristas mataram sete cristãos presentes no evento e feriram vários outros. Modu Mustapha, presidente do Conselho do Governo Local de Chibok, também confirmou os eventos, detalhando que o ataque ocorreu por volta das 17h de segunda-feira, 28 de abril.
O ataque causou pânico entre os presentes no velório, que foram forçados a fugir, sendo alvejados aleatoriamente pelos insurgentes. As vítimas feridas receberam tratamento hospitalar, enquanto várias igrejas foram destruídas. O ataque faz parte de uma onda crescente de violência promovida pelo Boko Haram e sua ramificação, o Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP), no nordeste da Nigéria.
Além deste ataque, outras ações violentas ocorreram na região, incluindo a emboscada que matou 10 civis e dois agentes de segurança em Gwoza, no estado de Borno, no sábado, 26 de abril. O mesmo dia também registrou a morte de 10 pessoas em Kopre, no estado de Adamawa. No dia seguinte, 28 de abril, um dispositivo explosivo improvisado matou 26 pessoas e feriu outras enquanto dois veículos circulavam entre as localidades de Rann e Gamboru Ngala, também em Borno.
O Boko Haram, cujo nome significa “a civilização ocidental é proibida”, tem como objetivo a implementação da sharia (lei islâmica) em toda a Nigéria. A organização, fundada em 2002, sofreu uma cisão em 2016, o que levou ao surgimento do ISWAP, que também está envolvido nos ataques.
De acordo com o Evangelical Focus, o grupo considera os muçulmanos que não aderem à jihad como infiéis, justificando sua violência contra eles, bem como contra os considerados “apóstatas”. Essa ideologia radical é parte do jihadismo salafista estrito, uma vertente que se distingue do islamismo tradicional.
A Nigéria continua sendo um dos países mais perigosos para cristãos, conforme a Lista Mundial de Perseguição de 2025 da Portas Abertas, uma organização que monitora a perseguição religiosa ao redor do mundo.