A ativista Gabriella Oropesa, residente de Cooper City, na Flórida (EUA), foi condenada na última quinta-feira, 21 de dezembro, por sua participação em uma conspiração para intimidar e ameaçar funcionários de centros de gravidez pró-vida.
A decisão foi divulgada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Oropesa estava envolvida em atos de vandalismo e ameaças realizadas em 2022, junto a outros conspiradores — Caleb Freestone, Amber Stewart-Smith e Annarella Rivera — que já haviam se declarado culpados anteriormente.
Os acusados foram processados com base na Lei de Liberdade de Acesso às Entradas de Clínicas (FACE Act), uma legislação federal controversa que protege o acesso a serviços de saúde reprodutiva, incluindo clínicas pró-vida.
Entre os ataques, destaca-se o vandalismo ocorrido em 26 de junho de 2022 em Winter Haven, onde frases ameaçadoras como “seu tempo acabou!” e “nós vamos atrás de vocês” foram pichadas.
Outro incidente notório aconteceu em 3 de julho de 2022, na clínica Heartbeat of Miami, em Hialeah, com mensagens como “Se os abortos não são seguros, você também não está”
Contexto dos Ataques
Os atos ocorreram em meio a uma onda de ataques contra igrejas e centros pró-vida, desencadeada pelo vazamento de um rascunho da decisão da Suprema Corte dos EUA, indicando a possibilidade de revogação de Roe v. Wade — decisão histórica de 1973 que legalizou o aborto em âmbito federal.
Em 24 de junho de 2022, a Suprema Corte derrubou oficialmente Roe v. Wade, intensificando protestos em várias partes do país.
Legislação
A Lei FACE, sancionada pelo então presidente Bill Clinton em 1994, foi criada para combater a violência contra provedores de serviços de aborto. Na época, Clinton declarou que a lei visava proteger cidadãos e profissionais de saúde contra ameaças e intimidações.
Por outro lado, críticos conservadores argumentam que a lei tem sido usada de forma desproporcional contra ativistas pró-vida. Em setembro de 2022, o deputado Chip Roy, do Texas, apresentou uma proposta para revogar a Lei FACE, acusando o governo Biden de utilizá-la como ferramenta de perseguição política contra opositores do aborto.
Sentença
Oropesa enfrenta até 10 anos de prisão. Sua sentença será determinada em 19 de março de 2025. O caso foi investigado pelo FBI, com o apoio de autoridades locais e estaduais, incluindo o Gabinete do Xerife do Condado de Polk.
A decisão ressalta os desafios legais e políticos em torno do tema, que permanece um dos mais polarizadores nos Estados Unidos, de acordo com o The Christian Post.