O polêmico pastor John-Paul Miller está sendo acusado de estupro contra uma adolescente de 15 anos. A acusação veio à tona menos de um ano após o suicídio de sua esposa, Mica Miller.
Miller está sendo acusado de ter praticado estupro há mais de 25 anos, quando a vítima tinha 15 anos de idade. Agora, a vítima decidiu denuncia-lo e acrescentou que voltou a ser abusada por ele em 2023.
O pastor vem enfrentando diversas acusações desde o suicídio de sua esposa, o que levou a igreja onde ele era líder, Solid Rock em Myrtle Beach, Carolina do Sul, a fechar as portas.
As acusações contra o pastor foram feitas por uma mulher do estado de Indiana, que manteve sua identidade anônima. O processo aberto no Tribunal do Condado de Horry, na Carolina do Sul, tem 43 páginas.
Os réus são Miller, seu pai, Reginald Wayne Miller, e as organizações religiosas conectadas — All Nations Cathedral Church, Cathedral Baptist Church of the Grand Strand e Solid Rock Ministries.
“Por anos, John-Paul Miller […] e Reginald Wayne Miller […] se apresentaram como líderes religiosos devotos. Eles construíram suas reputações na comunidade de Myrtle Beach e além como homens de fé, dedicados a espalhar a palavra de Deus e treinar futuros líderes da igreja. Mas essa imagem era uma mentira”, afirma o processo.
“Por trás de sua fachada religiosa, John-Paul Miller e Reginald Wayne Miller se envolveram em abuso sexual e conduta predatória — frequentemente visando menores. Eles usaram suas posições de poder para manipular e explorar vítimas vulneráveis enquanto escondiam suas ações do público”, acusa o processo.
A mulher de Indiana está processando os réus por negligência, conspiração civil, agressão e violência física, inflição de sofrimento emocional e violação da Lei de Práticas Comerciais Desleais da Carolina do Sul.
Pai e filho são acusados de administrar seus ministérios não para servir a Deus, mas para promover seu “comportamento predatório”: “As igrejas e suas entidades relacionadas operavam sem proteções adequadas para menores, criando um ambiente onde o abuso poderia prosperar. Com base em informações e crenças, isso não foi acidental — era parte de um plano calculado para preparar vítimas e, ao mesmo tempo, ganhar a confiança e o apoio financeiro da comunidade”, afirma a queixa.
O processo faz referência ao suicídio de Mica Miller em 27 de abril de 2024, no Lumber River State Park, no Condado de Robeson, Carolina do Norte. Muitos dos críticos do pastor John-Paul Miller argumentaram que ele teve um papel na morte de sua falecida esposa, o que ele negou.
Ele não foi acusado em conexão com a morte dela, mesmo após uma busca do FBI em sua casa em novembro passado: “Recentemente, a morte da ex-esposa de John-Paul Miller, Mica Frances Miller, mais uma vez atraiu a atenção para John-Paul Miller e Reginald Wayne Miller […] O relacionamento de Mica Frances Miller com John-Paul Miller era profundamente problemático. Com base em informações e crenças, isso exemplificou o poder e o controle que ele exercia sobre as mulheres na igreja”, contextualiza o processo.
O estupro
De acordo com a denunciante, em 19 de julho de 1998, ela encontrou John-Paul Miller, um líder jovem de 19 anos, em um corredor perto do escritório de seu pai na Igreja Batista Catedral, onde eles tiveram uma “conversa aparentemente inocente”.
Em seguida, Miller teria forçado a então adolescente a entrar no escritório de seu pai, onde ele supostamente a dominou antes de movê-la para sua caminhonete na propriedade “onde ele a estuprou”.
“Na época da agressão, a autora era virgem”, diz o processo, acrescentando que nos meses seguintes, ela lutou contra o choque, a vergonha e o medo, enquanto exibia “sinais claros de trauma, incluindo depressão severa, afastamento social da família e dos amigos, declínio no desempenho acadêmico, sofrimento emocional e dúvidas sobre si mesma”.
Em 2023, a vítima teve outro suposto encontro abusivo com John-Paul Miller enquanto ela estava com uma amiga: “Apesar de estar em um ambiente público, [John-Paul Miller] se inclinou […] como se fosse abraçá-la e enfiou a mão dentro das calças dela, tocando seus órgãos genitais sem consentimento”, observa o processo.
Declarações juramentadas de Alison Williams, ex-esposa de John-Paul, e Susan Miller, ex-esposa de Reginald Wayne, alegam que ambos os homens eram sexualmente inapropriados com menores, segundo informações do portal The Christian Post.