O vereador Renato Freitas (PT-PR) participou de uma live na segunda-feira, onde rebateu a acusação de que a invasão a um templo católico no começo desse mês em Curitiba, no Paraná, na verdade não teria ocorrido, tendo em vista que “a porta estava aberta” e que os envolvidos no ocorrido também seriam cristãos.
“A porta estava aberta e a igreja é nossa, porque a gente é cristão também e Deus é nosso pai. […] A gente não fez nada de mal a ninguém”, afirmou o vereador. “Os humanos querem sempre ser senhores de outros humanos e nessa corrida fazem outras pessoas de reféns.”
Apesar do padre que realizava a missa no momento da manifestação, ter confirmado que a cerimônia estava sendo realizada, e que foi interrompida justamente por causa da presença dos manifestantes, Freitas se defendeu das críticas alegando que o templo estava vazio e que a liturgia já havia sido encerrada na ocasião.
A vereadora Amália Tortato (Novo), dirigente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), discorda da versão apresentada por Freitas. Segundo um parecer inicial divulgado por ela também na segunda (14), houve “perturbação da prática de culto religioso e de sua liturgia”.
Segundo o Artigo 208 do Código Penal Brasileiro, é crime passível de multa ou prisão a perturbação ou impedimento de culto religioso. Para Tortato, houve também a “entrada não autorizada dos manifestantes na Igreja do Rosário” e “realização de ato político no interior” do templo.
Além de Freitas, quem também saiu em defesa dos manifestantes que invadiram o templo foi o padre Júlio Lancelloti, que também participou da live. Ele disse que o vereador petista “representa a luta de tantos povos”, segundo a Brasil de Fato.
“Você [Renato] é o templo de Deus”, declarou Lancelloti. “Todos os negros violentados, açoitados, machucados, feridos, os indígenas, todos os empobrecidos da terra, os sem terra, os abandonados, a população de rua, o grupo LGBT, todos que são açoitados pela vida, diante do silêncio da igreja [são o templo de Deus]”.