Qual é a medida de sucesso para um professor de EBD? Para a maioria dos que servem no ministério, a resposta geralmente é encontrada em números brutos, como quantos participantes compareceram ou a quantidade de participação ou engajamento online.
Entretanto, o professor de escola bíblica dominical (EBD) Ken Braddy, escritor e diretor do instituto Lifeway Christian Resources, se propôs a apresentar outras métricas de avaliação, e resumiu seu trabalho em um livro sobre o tema, indicando o que realmente importa.
Em seu livro Breakthrough (‘Ruptura’, em tradução livre do inglês), Ken Braddy sugere um olhar alternativo para que líderes avaliem a eficácia de seus ministérios. Ele afirmou em entrevista que na maioria dos grupos em que ele liderou ou atuou como equipe, as medições quase sempre se baseiam nessa ideia de “turmas maiores equivalem a um ensino melhor”.
Mas o amadurecimento o fez mudar sua forma de ver: “Parece que, com o tempo, a única medida verdadeira com a qual todos estavam preocupados e em que basearam seu sucesso foi quantas pessoas estavam sentadas em assentos em um determinado domingo”, recapitulou.
À medida que as igrejas continuam a crescer em tamanho e escala, Braddy disse que muitas igrejas de médio a grande porte estão apostando em formar grupos para criar uma atmosfera mais propícia à comunhão.
Tradicionalmente, os estudos bíblicos e outros grupos da igreja têm sido mais leves no companheirismo e mais voltados para a entrega de conteúdo, enquanto o professor normalmente estava menos focado em relacionamentos e mais focado na informação.
Mas o professor ouviu de um colega de ministério que daqui para frente, “a comunidade será mais importante que o conteúdo”.
“Vi que os grupos mais saudáveis têm um bom equilíbrio, um professor, um líder de grupo que pode apresentar conteúdo, mas também entende a importância de ajudar as pessoas a se conectarem em um relacionamento dentro do grupo”, disse ele.
A ideia que muitos líderes têm, de estarem “no centro das atenções”, os levam a negligenciar a parte mais importante de seu ministério, que é construir uma comunidade de servos:
“Somos uma sociedade muito instável, e as pessoas são solitárias. Elas passaram alguns anos isoladas por causa da pandemia, e este é um momento maravilhoso para a igreja perceber que não apenas devemos entregar conteúdo bíblico forte, mas também precisamos elevar… a comunidade e a conexão”, argumentou.
Mas, e o sucesso?
Dessa forma, Ken Braddy viu em primeira mão a necessidade de uma métrica para medir o sucesso do grupo, principalmente porque em suas experiências pessoais ele conseguiu alavancar a participação na EBD de duas igrejas diferentes no Texas e no Tennessee (EUA), e nesse contexto, a ideia de sucesso é imediatamente associada aos números.
Em sua visão, a forma de potencializar o alcance da EBD inclui um “ponto ideal” para o tamanho de um grupo. Quando ele e sua esposa, Tammy, iniciaram seus próprios grupos, com uma média de 16 pessoas presentes, eles eram eficazes por serem de tamanho médio e permitirem que Braddy fosse uma espécie de “líder pastor” em vez de apenas um apresentador de informações bíblicas.
Dessa forma, à medida que as igrejas começaram a sair da pandemia de covid-19, as igrejas redefiniram suas estratégias para ver outras coisas que podem ser medidas como melhores indicadores de “sucesso” com cada ministério ou grupo:
“Você pode realmente investir seu tempo não tanto no lado da preparação, mas permite que você tenha pessoas suficientes para passar um tempo fora da aula, você ouve suas histórias de vida, suas histórias de família, você aprende sobre seus trabalhos”, disse, acrescentando que essa estratégia permite aos professores preparar melhor seus estudos bíblicos ou outras informações adaptadas especificamente para seu público.
“O Senhor apenas traz essas coisas à mente e você começa a elaborar estudos que realmente falam sobre onde as pessoas estão”, comentou, acrescentando que os leitores de seu livro notarão que “há mais no estudo da Bíblia do que apenas reunir quatro destinatários diferentes e depois espalhar de volta para eles, nunca vivendo plenamente a vida como discípulos em crescimento entre os domingos”.
“Espero que o livro dê aos grupos e líderes de grupo um novo alvo para atingir, elevando o nível e a qualidade do ministério para que Cristo seja glorificado. Espero que o livro ajude os grupos a se tornarem mais saudáveis porque as coisas saudáveis crescem”, finalizou, de acordo com informações do portal The Christian Post.