O pastor John Piper falou sobre pecados sexuais e seu impacto na vida de quem deseja seguir o ministério pastoral. Analisando os textos bíblicos, o veterano teólogo fez uma ampla contextualização para opinar sobre o tema.
O assunto foi suscitado no podcast do pastor John Piper por uma pergunta de um ouvinte que declarou ter se convertido há quatro anos e que, desde então, vem sentindo um forte desejo de ingressar no ministério pastoral em tempo integral.
“Minha vida de fornicação pré-conversão me desqualifica para o ministério pastoral agora? Eu me arrependi, mas aquela vida estava cheia de pecado. De acordo com 1 Coríntios 6:16 , tornei-me uma só carne com a garota com quem cometi esse pecado. Eu sou solteiro agora. Mas considerando 1 Timóteo 3:2, meu passado pecaminoso me desqualifica como presbítero hoje?”, questionou.
Piper pontuou que a “fornicação passada” não desqualifica ninguém para o ministério “por si só”, explicando seu raciocínio em seguida: “A razão pela qual digo isso é porque seria parte do que o desqualifica se fosse parte de uma falha de caráter contínua de escravidão à sensualidade, ou pornografia, ou falta de autocontrole”.
“A fornicação passada não precisa desqualificar o ministério, a menos que seja parte de uma mácula contínua, pecaminosa e não santificada no presente”, acrescentou o pastor.
Citando as Escrituras, Piper usou o exemplo do apóstolo dos gentios: “Em suma, Paulo era um assassino, e ‘nenhum assassino tem vida eterna em si mesmo’, disse João (1 João 3:15). A própria avaliação de Paulo sobre sua vida pré-cristã era que ele era o pior, o principal dos pecadores. E que Deus o salvou […] precisamente como um exemplo para outros que se sentem sem esperança sobre suas possibilidades futuras de perdão e utilidade”.
Sobre 1 Coríntios 6:16, o pastor conceituou uma interpretação bem abrangente do ponto de vista teológico: “Paulo não estava tratando a fornicação como uma espécie de casamento. Não há nenhuma aliança formada com essa prostituta, e é exatamente isso que torna a semelhança sexual com o casamento tão moral e espiritualmente feia. Portanto, não acho que o argumento de Paulo em 1 Coríntios 6 signifique que nosso jovem amigo arrependido e transformado deva usar este texto para argumentar que ele foi excluído do presbiterato simplesmente por causa de 1 Timóteo 3:2 , que diz que ele deve ser “o marido de uma [mulher]”.
Ao final, o pastor John Piper afirmou que o jovem não era portador de nenhum impeditivo para o ministério se as dúvidas sobre ele fossem apenas relacionadas a seu passado: “Minha conclusão é que os presbíteros da igreja desse jovem devem (e se estiverem me ouvindo, saudações em nome de Jesus) avaliar cuidadosamente e biblicamente suas qualificações para o ministério e não deixar que o pecado passado de fornicação seja decisivo para exclui-lo”.