
O pastor Paulo Júnior anunciou que foi removido da função pelo conselho da Igreja Aliança do Calvário por ter sido considerado “desqualificado” para o ministério no que se refere aos requisitos delineados pelo apóstolo Paulo em sua primeira carta a Timóteo.
Paulo Júnior já estava afastado para tratar de um burnout, e nos últimos dias, o ministério Defesa do Evangelho havia anunciado o cancelamento da Conferência Old School 2025 alegando impossibilidade de participação de pregadores convidados.
Agora, Paulo Júnior – que também é escritor – veio a público informar que sua desqualificação para o ministério se deu pela forma como lidava com as pessoas: “Um homem, se quiser ser pastor, precisa ter aquelas qualificações. Nesse sentido, quero dizer a vocês que eu pequei, violando princípios que aí estão colocados”.
A Igreja Aliança do Calvário decidiu remove-lo do cargo de maneira definitiva, e o pastor afirmou que passará um tempo de isolamento com a família e depois procurará uma igreja para ser membro.
Paralelamente a isso, ele revelou que irá ingressar em uma faculdade de teologia para aprofundar seus estudos e, posteriormente, retornar ao ministério pastoral em outra igreja: “Eu preciso agora ser acolhido, ser discipulado, ser pastoreado para buscar a minha restauração, a restauração da minha alma. E por um bom tempo, não exercerei ministério nenhum”.
Confira a íntegra do comunicado do pastor Paulo Júnior:
Olá, querido irmão e irmã em Cristo. Depois de um tempo ausente das mídias sociais para tratar da minha saúde, venho agora a público falar a respeito do meu ministério.
Você sabe que 1 Timóteo, capítulo 3, trata das qualificações do pastor. Um homem, se quiser ser pastor, precisa ter aquelas qualificações. Nesse sentido, quero dizer a vocês que eu pequei, violando princípios que aí estão colocados. Por exemplo, Paulo fala que o bispo/pastor precisa ser um homem temperante, cuidar bem da sua família, ser cordato, hospitaleiro, dado ao estudo da palavra e assim por diante. Não deve ser violento.
Muitas vezes, aquela dureza que vocês viam no púlpito era manifestada nos meus relacionamentos e na maneira como eu conduzia a igreja, ferindo, magoando pessoas, membros, sendo muito duro e exigente. O mesmo se aplicava aos membros da liderança, com exigências, dureza, magoando, ferindo e ofendendo-os. Assim também agi com membros da minha família. Esses são princípios inegociáveis para alguém que necessita ser pastor.
O meu conselho me chamou, me repreendeu a respeito dessa condução por um tempo, e eu resisti a essa repreensão, tentando manipulá-los, tentando dissuadi-los e me rebelando contra a verdade de Deus e contra a verdade que vinha da boca deles. Mas, depois de novos conselhos e novas repreensões, eles me convenceram do meu pecado. Meus olhos se abriram e vi que estava conduzindo a igreja de forma equivocada, pecaminosa. Pedi perdão a eles e reconheci o meu pecado.
Depois de algumas reuniões, eles entenderam que essas violações, que já tinham um bom tempo, me desqualificam para ser pastor dessa igreja. E eu prontamente entendi que se tratava de uma desqualificação não temporária, mas permanente.
Por essa razão, quero aqui pedir perdão a vocês mais uma vez. Peço perdão aos membros da igreja que eu ofendi, que eu excedi na minha liderança, que eu magoei, que fui além do que um pastor pode ir. Quero pedir perdão também aos membros do conselho, que eu também ofendi, que eu tentei dissuadir ou persuadir de forma a contrariar a palavra de Deus e a causar feridas, mágoas e contendas. E quero pedir perdão também a todos os irmãos que me seguem e que têm algum respeito, apreço e amor pela minha vida.
Eu entendo que um homem, para ser pastor, precisa ser irrepreensível, idôneo, precisa ter uma conduta ilibada. Nesse sentido, eu falei e agi, e por essa razão estou sendo removido do ministério pastoral. Esta decisão que acolho com carinho, amor, serenidade e sobriedade. Eu, que denunciei tantas vezes o pecado, cheguei à hora de denunciar o meu pecado e reconhecer que eu falei, que eu pequei.
Nesse sentido, também vou ingressar, com minha família, em outra igreja, iniciar um processo, daqui a um tempo, de membresia, porque eu preciso agora ser acolhido, ser discipulado, ser pastoreado para buscar a minha restauração, a restauração da minha alma. E por um bom tempo, não exercerei ministério nenhum. Não é tempo de pregar, não é tempo de estar nas mídias sociais. Estarei afastado de qualquer compromisso com o ministério, seja de ensino, de pregação, seja de palavra, e também nas mídias sociais. Tratarei exclusivamente da minha família e da restauração da minha alma.
Eu também iniciarei estudos em uma faculdade de teologia para aprimorar o meu conhecimento, solidificar o meu conhecimento bíblico-teológico e, depois de um bom tempo, sendo esta a vontade de Deus, voltar ao ministério. Por isso, quero pedir as suas orações. Não deixem de orar pela minha vida, não deixem de orar pela minha família e pela igreja que eu deixei.
Peço compreensão de vocês, amor de vocês, o carinho de vocês. Você sabe que a internet é palco de muita fofoca maldosa, e este vídeo vai trazer reações, vai trazer respostas de toda sorte, mas é isso que eu tenho para dizer a vocês. Estes são os meus pecados, e mais uma vez eu peço perdão a vocês.
Um grande abraço do seu querido irmão, Paulo Júnior.