Um pastor de uma igreja filiada à Assembleia de Deus foi citado em um processo judicial que o acusa de encobrir um caso de abuso sexual de um menino de 7 anos, cometido por um obreiro há cerca de 40 anos.
M. Wayne Blackburn, pastor sênior da Victory Church em Lakeland, Flórida (EUA), agora é parte do processo que também envolve o campo ministerial das Assembleias de Deus na Flórida e o criminoso sexual registrado Walter Steverson.
O autor da ação, Christopher Woods Sr., protocolou a queixa em 5 de março de 2025 no Tribunal de Circuito do 10º Circuito Judicial em Bartow. A queixa de 14 páginas busca uma indenização superior a US$ 50 mil, excluindo juros, custos processuais e honorários advocatícios.
A queixa alega que o obreiro Walter Steverson cometeu agressão sexual e causou sofrimento emocional intencional a Woods, enquanto o o campo ministerial das Assembleias de Deus na Flórida é acusado de responsabilidade indireta.
O pastor Blackburn é acusado de causar sofrimento emocional ao instruir a vítima a manter o abuso em segredo, de acordo com informações do portal The Christian Post.
A denúncia descreve que, após o abuso, o pastor Blackburn teria orientado Woods a não contar à sua mãe sobre o ocorrido, afirmando que ela não acreditaria nele, e continuou a permitir que Steverson ficasse sozinho com o menino.
Em resposta ao processo, o advogado Trinity Jordan, do escritório Dentons, que representa tanto o pastor Blackburn quanto o campo ministerial das Assembleias de Deus na Flórida, afirmou que o caso é resultado de uma “identidade equivocada”.
Jordan alegou que Blackburn não tinha cargo na igreja na época dos supostos incidentes e que não estava envolvido no programa juvenil mencionado na ação:
“Embora simpatizemos com qualquer pessoa que tenha sofrido abuso, acreditamos firmemente que este é um caso de identidade equivocada”, afirmou o advogado, acrescentando que o campo ministerial da denominação está revisando as alegações e responderá ao processo de maneira apropriada.
A queixa relata que Woods e sua família começaram a frequentar a Primeira Assembleia de Deus em Lakeland em 1983, onde o pastor Karl Strader, falecido em 2020, liderava a congregação.
Steverson, obreiro que atuava no programa de acampamento Royal Rangers, foi descrito como tendo abusado sexualmente de Woods, tanto em viagens do programa quanto em outros locais relacionados à igreja.
A denúncia afirma que, após o abuso, Woods teria procurado Blackburn, que o levou ao pastor Karl Strader. Durante a conversa, o falecido pastor teria minimizado a situação, dizendo que o episódio foi um “acidente” e prometendo que não se repetiria.
A queixa também afirma que Blackburn instruiu Woods a manter o abuso em segredo e também afirma que, posteriormente, em um acampamento promovido pelo Distrito Peninsular das Assembleias de Deus, Woods teria sido novamente abusado por Steverson.
O abuso, segundo a denúncia, continuou em diversas ocasiões ao longo daquele ano, tanto no acampamento quanto em outros locais associados à igreja. O processo alega que, apesar de os abusos terem sido relatados, nem Blackburn nem Strader comunicaram o caso às autoridades competentes, como exigido pela lei.
O caso segue sendo analisado no sistema judicial, com as partes citadas aguardando uma resposta formal à ação.