Nesta quarta-feira, 2 de julho, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Hamas deixará de existir na Faixa de Gaza e garantiu que todos os reféns mantidos pelo grupo serão libertos. A declaração foi feita durante uma visita a uma instalação de energia na cidade de Ascalon, no sul do país.
“Eu anuncio a vocês: não haverá Hamas. Não vamos voltar a isso. Acabou. Vamos libertar todos os nossos reféns”, declarou Netanyahu, sem se aprofundar nos detalhes operacionais.
A fala do premiê ocorreu horas após o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar, segundo a imprensa americana, um suposto acordo de cessar-fogo. O plano incluiria a suspensão dos ataques israelenses por um período de 60 dias, em troca da libertação de dez reféns vivos e da entrega dos corpos de outros 15, por parte do Hamas.
Netanyahu, no entanto, não mencionou o anúncio feito por Trump. Em resposta à ideia de que é possível acabar com o Hamas e simultaneamente garantir a volta dos sequestrados, ele afirmou: “São dois objetivos opostos, que absurdo! Nós trabalhamos juntos. Vamos concluir juntos, ao contrário do que eles dizem. Nós os eliminaremos completamente”.
Atualmente, estima-se que 50 pessoas ainda estejam sob custódia do Hamas. A maioria das famílias desses reféns demonstra desconfiança quanto à eficácia da pressão militar e defende a assinatura de um acordo que possibilite a troca imediata.
Nos últimos meses, o governo israelense se recusou a aceitar duas exigências principais do Hamas para selar um cessar-fogo: a retirada total das tropas israelenses e o encerramento definitivo da ofensiva militar na Faixa de Gaza.
Internamente, Netanyahu enfrenta resistência de partidos de direita que compõem sua coalizão. Esses grupos são contrários a qualquer negociação com o Hamas e rejeitam a ideia de um acordo de trégua. Eles também defendem a continuidade da ofensiva militar e a reinstalação dos assentamentos israelenses desmantelados em 2005.
Segundo a agência EFE, o Hamas confirmou nesta quarta-feira que está analisando a proposta de cessar-fogo mediada por Catar e Egito. O grupo palestino reiterou suas exigências de fim da ofensiva, retirada das tropas israelenses e envio de ajuda humanitária à população da Faixa de Gaza.