O extremista tunisiano Brahim Aouissaoui, 25 anos, confessou os assassinatos de três pessoas, incluindo a decapitação de uma fiel, durante um ataque à Basílica de Notre Dame de Nice, França, em 29 de outubro de 2020.
O julgamento do acusado, que ocorreu na segunda-feira, revelou detalhes sobre o ataque, com Aouissaoui afirmando que seus atos foram uma resposta às mortes de muçulmanos em outros países.
Durante a audiência, ele declarou: “Todos os dias, muçulmanos morrem. Todos os dias vocês matam muçulmanos. Esses muçulmanos também são pessoas… vocês não têm empatia por eles”.
Embora Aouissaoui inicialmente tenha alegado não se lembrar do ataque, exames médicos confirmaram que ele não sofria de danos cerebrais. As autoridades indicaram que havia diversas evidências de que ele planejava o ataque antes de sair da Tunísia.
Aouissaoui admitiu que decapitou a vítima Nadine Devillers, de 60 anos, “para assustar as pessoas”. As outras vítimas foram Vincent Loquès, de 55 anos, e Simone Barreto Silva, de 44 anos.
O ataque, que gerou uma forte resposta em toda a França, foi seguido por um aumento na segurança nas igrejas do país. Muitos muçulmanos franceses se manifestaram contra o ataque, reafirmando que tais ações não representavam o islã.
O imã Lahouary Siali, de Toulouse, condenou veementemente a interpretação extremista do alcorão e destacou que os muçulmanos não autorizavam atos de violência em nome da religião.
Aouissaoui, que havia viajado da Tunísia para a Itália e depois para a França, foi capturado após resistência à prisão, tendo sido alvejado pela polícia. O julgamento inclui uma acusação de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional, semelhante à sentença imposta a Salah Abdeslam pelos ataques de Paris de 2015, conforme informações do The Christian Post.