Mais de um quarto dos cristãos diz crer que estrelas e planetas exercem alguma influência sobre o destino humano, apesar de a prática ser rejeitada pelas Escrituras. A constatação é de uma pesquisa realizada pelo Pew Research Center com base em entrevistas com uma amostra representativa de 9.593 adultos.
Segundo o levantamento realizado nos Estados Unidos, 30% dos adultos americanos disseram consultar astrologia, horóscopos, cartas de tarô ou videntes pelo menos uma vez ao ano. A maioria, porém, afirmou fazê-lo por entretenimento, e apenas uma parcela menor relatou tomar decisões importantes com base nessas práticas.
Entre os religiosos, 27% disseram acreditar na astrologia, número próximo aos 28% dos entrevistados que não se identificam com nenhuma religião. De acordo com o estudo, protestantes negros e católicos hispânicos se mostraram mais propensos a essa crença do que evangélicos brancos, que, junto com ateus, judeus e agnósticos americanos, demonstraram menor adesão à astrologia do que a média da população.
O ministério cristão de apologética Got Questions classificou a crença na astrologia como “falsa”. Em nota, o grupo afirmou: “Os astrólogos reais da corte babilônica foram envergonhados pelo profeta Daniel (Daniel 1:20) e não conseguiram interpretar o sonho do rei (Daniel 2:27). Deus especifica os astrólogos como aqueles que serão queimados como restolho no julgamento de Deus (Isaías 47:13-14)”.
Segundo a mesma fonte, a astrologia é considerada uma forma de adivinhação, o que é expressamente proibido nas Escrituras, com base em textos como Deuteronômio 18:10-14 e Deuteronômio 4:19, que condenam a prática de adoração ao “exército dos céus”. O texto observa que, ao longo da história de Israel, esse tipo de idolatria resultou no juízo divino.
O crescimento dessas práticas espirituais fora do escopo da religião institucional tem sido associado ao fenômeno do sincretismo religioso, tema abordado por estudiosos como George Barna, que há anos alerta para os riscos que essa mistura representa para uma cosmovisão bíblica.
Um estudo recente intitulado Breaking Free of the Iron Cage: The Individualization of American Religion, publicado em abril, acompanhou 1.348 pessoas nascidas no fim da década de 1980 — desde a adolescência até o início da vida adulta. A pesquisa utilizou dados longitudinais para observar como os jovens lidam com as tensões entre instituições religiosas tradicionais e o desejo por uma fé autêntica e pessoal, num contexto marcado pela ascensão dos chamados “não religiosos”.
“Nossa análise mostra como os jovens estão respondendo à burocratização e à racionalização que [o sociólogo alemão Max] Weber previu que criaria uma ‘gaiola de ferro’ nas instituições modernas, desenvolvendo novas formas de expressão religiosa e espiritual fora das instituições formais”, escreveram os autores do estudo.
De acordo com os pesquisadores, o “mercado religioso” atual vai além das igrejas e denominações concorrentes, incluindo formas alternativas de espiritualidade, como fé personalizada e práticas individuais de significado. “As pessoas estão se libertando não com alicates, mas com atos profundamente pessoais de rebelião espiritual”, observaram.
“Rejeitando as construções religiosas racionalizadas, sistematizadas e institucionalizadas da modernidade em favor de expressões mais dinâmicas, diversas e sincréticas”, acrescentaram, de acordo com o The Christian Post.