Olivia Austin, australiana de 27 anos, relatou em depoimento público no YouTube sua transição de uma carreira na indústria de filmes adultos para uma vida dedicada ao cristianismo, após anos de conflitos pessoais e busca por identidade.
A ex-criadora de conteúdo no OnlyFans atribui a mudança a uma experiência religiosa iniciada em outubro de 2023, durante o conflito entre Israel e o Hamas.
Nascida em Sydney, Olivia cresceu sem a presença do pai e relatou ter se envolvido com relacionamentos abusivos na adolescência, episódios que, segundo ela, a levaram ao vício em drogas e à entrada no mercado pornográfico aos 19 anos. Em entrevista ao canal Deliverance Down Under em março de 2024, declarou:
“Tentei encontrar minha identidade sendo uma estrela pornô. No início, o dinheiro era bom, mas interagir com homens diariamente tornou-se deprimente. Eu me via como um objeto”.
Entre 2020 e 2023, Austin acumulou mais de 500 mil seguidores no OnlyFans, plataforma que chegou a gerar-lhe US$ 40 mil mensais. Paralelamente, enfrentou diagnósticos de Transtorno de Personalidade Borderline e dependência química, incluindo uso diário de maconha, álcool e medicamentos controlados.
Influências e desilusão:
A australiana afirmou ter aderido a narrativas de “empoderamento feminino” para justificar sua carreira. “Acreditava que expor meu corpo me traria respeito. Na realidade, estava me desrespeitando. A luxúria substitui o amor genuíno”, disse em vídeo de 15 de fevereiro de 2024.
Ponto de virada:
O ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 despertou sua curiosidade sobre profecias bíblicas. “Pesquisei online e descobri que a Bíblia mencionava conflitos naquela região. Se o mal existe, talvez o inferno também seja real”, explicou. Após semanas de estudos, fez uma oração: “Deus, se você é real, me mostre”.
Em novembro de 2023, Olivia visitou uma igreja evangélica em Melbourne após busca no Google. “Ninguém sabia meu passado. Fui acolhida por uma senhora de 70 anos, que se tornou minha mentora espiritual”, relatou. Dois meses depois, decidiu excluir seu perfil no OnlyFans, citando a passagem de 1 Coríntios 6:19-20: “Vocês foram comprados por alto preço. Glorifiquem a Deus com seus corpos”.
Antes de deletar a conta, enviou mensagem coletiva a 12 mil assinantes: “Excluí tudo chorando. Senti 20 quilos saindo de minhas costas”, descreveu. Seu batismo ocorreu em 10 de fevereiro de 2024, após jejum de 14 dias. “Ouvi uma profecia durante o ritual: ‘Você ajudará pessoas da indústria do sexo’. Deus me olhava ali”, testemunhou.
Ativismo
Desde março de 2024, Austin utiliza redes sociais para alertar sobre os riscos da pornografia. “É um mal sorrateiro, até na igreja. Homens cristãos acham aceitável, mas é demoníaco e destrói casamentos”, afirmou em live no Instagram. Dados citados por ela indicam que 63% dos homens evangélicos australianos consomem pornografia, segundo pesquisa do Instituto de Ética Social de 2023.
Contexto histórico:
A indústria global de conteúdo adulto movimentou US$ 97 bilhões em 2023, com crescimento de 18% no OnlyFans, segundo a Forbes. No mesmo ano, 12% das criadoras da plataforma relataram arrependimento público, conforme estudo da Universidade de Melbourne.
Olivia encerrou seu depoimento com um apelo: “Deus é real. Passei 24 anos sem acreditar, mas Jesus fez mudanças radicais em mim. Ele pode libertar qualquer um”. Atualmente, ela planeja lançar um livro autobiográfico e fundar um centro de apoio a ex-profissionais do sexo.