Durante sete anos, Gilson Teodoro de Jesus, 42, levava a esposa Marise e o filho Davi, hoje com 10 anos, até a porta de uma igreja em Gandu, no sul da Bahia, e retornava para casa. Enquanto a família orava por sua conversão – com o menino insistindo nos cultos: “Orem para que meu pai aceite Jesus” –, o pedreiro mantinha distância da fé, apesar de ser o construtor de um tanque batismal.
A virada em sua vida começou em janeiro de 2024, quando Gilson aceitou ajudar na construção do novo templo. Suas mãos ergueram paredes, escadas e o tanque batismal. Sempre que questionado sobre batismo, respondia com um sorriso: “Só me batizo quando o tanque estiver pronto”.
A frase, inicialmente uma defesa, tornou-se profecia involuntária, pois ele próprio não imaginava o que Deus havia de fazer por ele mesmo, tempos depois.
O líder religioso Adaelson Cruz observou a transformação: “As orações da família, o convívio com os fiéis e seu próprio trabalho na casa de Deus amoleceram seu coração”. Em abril de 2025, surpreendendo a todos, Gilson aceitou preencher a ficha de batismo.
No sábado, 7 de junho, diante de 89 fiéis, ele desceu às águas do tanque construído por ele mesmo. A cena emocionou a congregação: Marise chorou ao ver anos de súplicas respondidas. “Ver meu marido ser batizado na obra que suas mãos fizeram? Só Deus explica essa graça”, declarou.
Ao ser questionado sobre a mudança, Gilson refletiu: “Minha frase era uma desculpa, mas Deus usou cada tijolo que coloquei para me alcançar. As orações do meu filho, a paciência da Marise e o acolhimento dos irmãos me mostraram que era hora do ‘sim’”.
O batismo, realizado no mesmo tanque concluído por ele em maio, simboliza mais que uma conversão: é testemunho silencioso de como a fé pode ser construída tijolo a tijolo, na persistência do amor. Com: Guiame.