Em sua edição mais recente do boletim Al-Naba’, o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) classificou as homenagens ao falecido Papa Francisco como uma “ferramenta de marketing em guerra teológica”, acusando tributos internacionais de enfraquecerem os princípios do tawhid (monoteísmo islâmico).
A crítica surge em meio a alertas de autoridades globais sobre o recrudescimento das atividades do grupo no Oriente Médio.
O EI condenou especificamente o Grande Imame de Al-Azhar (Egito) e veículos de comunicação regionais por retratarem o Papa de forma “simpática”, o que, segundo o grupo, gera “confusão espiritual” entre muçulmanos.
A publicação também questionou a sinceridade dos apelos do pontífice pela paz em Gaza, descrevendo-os como “gestos superficiais para promover sua imagem, não para apoiar palestinos”.
O grupo ainda atacou o suposto alinhamento entre o Vaticano e Al-Azhar, acusando ambas as instituições de substituírem “autenticidade religiosa por mensagens humanistas”, o que, segundo o EI, corrói os fundamentos do Islã.
Críticas ao Papa
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Enterro Humilde: O EI alegou que o uso de uma cruz de ferro e um local de sepultamento modesto foram “estratégias em uma guerra ideológica”, não demonstrações genuínas de humildade.
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Jesuítas e Al-Azhar: O editorial equiparou a abordagem da ordem jesuíta (mistura de misticismo e ativismo social) à teologia de Al-Azhar, acusando ambas de priorizarem “coexistência humanista” em vez de rigor religioso.
Enquanto isso, EUA e ONU alertam para o fortalecimento do Estado Islâmico na Síria, com aumento de recrutamento e ataques. Segundo o The New York Times, há preocupação com uma possível retomada de influência, embora o grupo esteja mais fraco que em seu auge (2014–2017), quando controlava territórios no Iraque e na Síria.
Dados-Chave:
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Detidos na Síria: Entre 9.000 e 10.000 combatentes do EI e 40.000 familiares estão em campos controlados por forças curdas apoiadas pelos EUA.
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Campos Al-Hol e Roj: Abrigam 55.000 detidos, incluindo crianças que reproduzem gestos de decapitação e ameaças a guardas, conforme reportagem da Sky News.
Declarações:
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Colin Clarke (Soufan Group): “A libertação de combatentes experientes dos campos seria um impulso operacional e propagandístico para o EI”.
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Comandante Kane Ahmed (responsável por Al-Hol): “As células do EI contrabandeiam armas e planejam fugas, escondendo pessoas em caminhões ou rotas fluviais. Mulheres e crianças juram lealdade ao ‘califado’ diariamente”.
Recentemente, o Estado Islâmico lançou um vídeo atacando o governo transitório sírio de Ahmed al-Sharaa, acusando-o de apostasia e colaboração com potências estrangeiras. O grupo busca explorar divisões entre ex-aliados jihadistas integrados às novas estruturas pós-Assad.
A comunidade internacional monitora riscos de fugas em massa dos campos, que poderiam reabastecer as fileiras do EI. Enquanto isso, forças curdas reforçam vigilância, mas admitem dificuldades em conter radicalização e violência interna. Com: Christian Post.