Três novos convertidos iranianos foram batizados no início de junho na Igreja Persa, em São Paulo. O evento marca o nascimento da primeira igreja voltada à diáspora persa na cidade, fruto do trabalho missionário da Junta de Missões Mundiais (JMM) com apoio da Primeira Igreja Batista de São Paulo.
Os cultos são realizados em língua persa, com foco na evangelização, discipulado e integração de famílias imigrantes. Segundo o missionário Abu Youhana Alves, que atua no Oriente Médio, o trabalho foi iniciado em março de 2024.
Os novos batizados foram discipulados antes da cerimônia, realizada nas dependências da Primeira Igreja Batista no bairro Bom Retiro. No Instagram, a Junta de Missões Mundiais celebrou: “Este batismo é um marco histórico para todos nós, pois marca o nascimento da primeira igreja da diáspora persa em São Paulo”.
Atuação do pastor Adel Khosravi
À frente da iniciativa está o pastor Adel Khosravi, iraniano refugiado e membro da Primeira Igreja Batista de Alcântara, em São Gonçalo (RJ). Em novembro de 2024, Adel foi consagrado como o primeiro pastor batista refugiado do Brasil e passou a integrar oficialmente o quadro de missionários da JMM. Atualmente, ele lidera o plantio da Iranian Church no centro da capital paulista.
Com mais de 12 anos de ministério entre os persas, Adel já atuou na Turquia, onde fundou três igrejas e formou discípulos com foco em expansão do evangelho. Além do trabalho local, ele lidera sete grupos de discipulado no Irã por meio de estratégias digitais. Segundo a JMM, “um testemunho de fé e missionário que está alcançando o Brasil e o mundo”.
Em nota, a Junta de Missões Mundiais afirmou: “Louvamos ao Senhor por seu envolvimento com a obra missionária mundial. Assim como a vida do Adel, muitas pessoas e famílias têm sido transformadas e alcançadas pelo Amor do Pai. Glória a Deus pelo seu comprometimento com missões”.
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A diáspora persa
O Irã ocupa o 9º lugar na Lista Mundial da Perseguição de 2025, divulgada pela organização Portas Abertas, que monitora a liberdade religiosa no mundo. A maioria da população iraniana é muçulmana xiita, e os cristãos enfrentam perseguições severas. Esse contexto tem levado muitos iranianos a buscar refúgio em países como o Brasil.
Segundo dados do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), entre 2021 e 2023 foram concedidos 6.785 vistos a iranianos e 10.770 a afegãos, totalizando 17.555 imigrantes desses dois países. A cidade de São Paulo tem sido o principal destino, tanto como ponto de permanência quanto de passagem.
A JMM reconhece a importância estratégica dessa presença e tem investido em ações específicas. “Sejam quais forem as forças de atração para a migração e o tempo de estadia, precisamos ter preparado as táticas necessárias para trabalhar ‘com’ e ‘através’ da diáspora”, afirmou o missionário Abu Youhana.
Clamor por vocacionados
Durante sua mensagem, Abu Youhana conclamou os cristãos a orarem pela expansão do trabalho entre ex-muçulmanos: “Ore para encontrarmos mais vocacionados ex-muçulmanos, que se engajem na obra. Interceda pela Igreja Persa, para que mais pessoas sejam alcançadas e discipuladas e para que o Senhor desperte vocacionados entre eles. Interceda por nossa saúde, para que sejamos cheios da graça e da unção para realizar este trabalho e pela família missionária Khosravi. Deus continua movendo as nações para que O conheçam”, declarou o missionário.
O trabalho da Iranian Church representa um marco na mobilização missionária entre os povos da diáspora, sinalizando novas possibilidades de evangelização em contextos urbanos e multiculturais no Brasil.