Ver essa foto no Instagram
Um cidadão iraniano relatou em evento religioso sua transição do islamismo xiita para o cristianismo, destacando paralelamente a expansão de comunidades cristãs no Irã.
“Nasci no Irã como muçulmano xiita. Durante minha formação, fui instruído a cultivar aversão a judeus e a Israel”, declarou o homem, cuja identidade foi preservada por questões de segurança.
Ele descreveu que, em sua infância, eram comuns consignas como ‘morte à América’ e ‘morte a Israel’ em ambientes escolares – expressões que hoje contrastam com sua experiência religiosa posterior.
Sobre sua conversão, afirmou textualmente: “Deus, rico em misericórdia, salvou-me aos 19 anos, ainda no Irã. Tornei-me crente em Jesus”. O relator caracterizou essa transição como geradora de “amor, alegria e paz” em sua vida, acrescentando uma reflexão teológica: “Há escuridão e luz. Esta é a batalha no espírito, a guerra espiritual nos céus”.
Contexto religioso iraniano
O Irã, governado por um sistema teocrático desde a Revolução de 1979, aplica restrições severas a religiões não islâmicas. O Artigo 13 da Constituição reconhece apenas zoroastrianos, judeus e cristãos como minorias religiosas, porém na prática, conversões do islamismo são criminalizadas.
Organizações como Open Doors (Portas Abertas) classificam o país na 8ª posição mundial em perseguição religiosa (World Watch List 2023).
Crescimento cristão
Sobre o desenvolvimento do cristianismo, o iraniano citou: “Estima-se que 8 milhões tornaram-se crentes em Jesus. Nos últimos 20 anos, a igreja subterrânea é a que mais cresce globalmente”.
Entretanto, fontes especializadas como o relatório “Iran Alive” (2022) e pesquisadores da Universidade de Saint Mary (Texas) estimam entre 800 mil e 1.2 milhão de conversões nas últimas décadas, ressaltando a dificuldade de mensuração.
O Ministério da Inteligência iraniano emitiu comunicado em 2021 alertando sobre “expansão de seitas evangélicas em províncias como Teerã, Isfahan e Rasht”. Acadêmicos como Rostam-Kolayi (Cal State Fullerton) atribuem o fenômeno a fatores como transmissões satelitais cristãs e insatisfação social.
Perspectivas locais
O iraniano concluiu com uma observação sobre o estado de ânimo nacional:
“O povo iraniano aprendeu verdadeiramente a lição.
Deus age no Irã”. Sobre o conflito geopolítico, diferenciou a postura popular da oficial: “O povo iraniano não odeia Israel”. E sobre adversidades atuais, registrou: “Alguns podem pensar: ‘Há guerra, estão sendo bombardeados’. Mas muitos creem: ‘Este pode ser o dia de nossa libertação'”.
O regime iraniano mantém desde 2020 uma política de “Confrontação com Atividades Sionistas” que inclui monitoramento de igrejas domésticas. Em 2023, o Centro de Documentação de Direitos Humanos no Irã registrou 187 prisões por “crimes contra a segurança nacional” envolvendo conversões religiosas.