Um míssil iraniano atingiu uma residência na cidade de Tamra, no norte de Israel, na madrugada de sábado (15), resultando na morte de quatro integrantes de uma família cristã israelense e deixando dez feridos. O ataque ocorreu durante uma ofensiva de larga escala do Irã contra Israel, em resposta a operações militares israelenses dias antes.
O projétil atingiu diretamente uma casa de dois andares no bairro residencial, conforme atestaram os paramédicos da organização United Hatzalah, Majdoub Mohammad e Ofer Levi, que prestaram os primeiros socorros.
Diferentemente de Israel, que utiliza mísseis de precisão contra alvos militares, o míssil iraniano balísticos possui pouca precisão, o que resulta em impactos contra alvos civis, como prédios e outras construções públicas e particulares.
As vítimas fatais foram identificadas como Manar Khatib, 47 anos; suas filhas Hala Khatib, 20 anos, e Shada Khatib, 13 anos; e Manar Diab Khatib, cunhada da primeira, na faixa dos 40 anos. Os paramédicos relataram:
“Infelizmente, quatro mulheres da mesma família foram declaradas mortas no local. Também tratamos vários residentes próximos que sofriam de ansiedade aguda”.
O blogueiro árabe-americano Ahmed Fouad Alkhatib e o cientista político Igor Sabino mencionaram uma quinta vítima fatal, Raja Khateeb, alegadamente pai da família, mas esta informação não foi confirmada por fontes oficiais ou serviços de emergência no local.
Contexto local:
Moradores de Tamra, cidade de maioria árabe-israelense, reiteraram preocupações prévias sobre a escassez de abrigos antiaéreos na região. Apesar da legislação israelense em vigor desde 1990 exigir que novas construções incluam salas de segurança (“mamad”), relatos indicam fiscalização limitada por autoridades locais, deixando muitas residências desprotegidas.
A ofensiva iraniana:
O ataque a Tamra integrou uma operação mais ampla em que o Irã lançou centenas de mísseis contra Israel entre sexta-feira (13) e sábado (14). Segundo o serviço de emergência Magen David Adom, os ataques resultaram em cerca de 80 feridos em território israelense, incluindo casos graves.
A ação iraniana foi explicitamente apresentada como retaliação a um ataque israelense ocorrido na madrugada de sexta-feira (13) contra instalações no Irã. O objetivo de Israel é destruir o programa nuclear iraniano, visto como uma ameaça à existência do Estado Judeu.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram a operação, denominada “Leão Ascendente”, que visou mais de 100 alvos, incluindo comandantes militares iranianos e instalações vinculadas ao programa nuclear.
A agência de notícias Tasnim, ligada à Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), afirmou que seis cientistas nucleares foram mortos. Horas após os ataques iniciais, a mídia estatal iraniana reportou bombardeios na usina nuclear de Natanz, principal centro de enriquecimento de urânio do país, localizada a 225 km de Teerã.
Declaração oficial:
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu justificou a operação no Irã como necessária para “reverter a ameaça iraniana à própria sobrevivência de Israel”. Em pronunciamento, Netanyahu alertou: “Se não for interrompido, o Irã poderá produzir uma arma nuclear em muito pouco tempo”, afirmando que as ações militares continuariam “por quantos dias forem necessários”. Com: The Time of Israel