Nadalla Alrajo nasceu na Síria, em uma família muçulmana. Seu pai era líder muçulmano em uma mesquita e empresário respeitado na comunidade. Desde os três anos, frequentava a mesquita para aprender sobre sua fé. No entanto, aos seis anos, ouviu falar de Jesus e se interessou por sua ressurreição e identidade.
O Alcorão menciona a ressurreição de Jesus, mas o apresenta como um profeta, e não como o Filho de Deus. Diante disso, Nadalla questionou o pai sobre o tema. “Perguntei: ‘Ele é Deus?’. E a resposta foi um tapa pela primeira vez”, relatou em um vídeo publicado no YouTube.
Após insistir na pergunta, enfrentou agressões e foi enviado para uma escola islâmica para ser preparado como líder religioso.
Aos 13 anos, ao retornar para casa, afirmou ter ouvido uma voz que o orientava a seguir para o Líbano. Com uma identidade falsa e algum dinheiro, viajou para o país vizinho. Lá, envolveu-se em diferentes experiências, mas relatou um sentimento persistente de vazio. “Eu não tinha felicidade, apenas depressão. Não conseguia dormir, pois temia morrer e ir para o inferno”, disse.
No dia 31 de agosto de 2008, ao retornar para casa, tomou a decisão de tirar a própria vida. Trancou portas e janelas e fez uma oração. “Deus que criou a Terra, se Você é real, eu quero te conhecer. Mas, se Você for o deus que aprendi, não posso acreditar”, afirmou.
Segundo seu relato, um homem entrou no quarto, apesar de tudo estar trancado. “Ele veio com uma forte luz e disse: ‘Nadalla, eu sou o caminho, a verdade e a vida’. Ele segurou minha mão por 15 segundos. Quando desapareceu, senti um peso sair dos meus ombros. Pela primeira vez, dormi sem medo”, declarou.
Após o episódio, Nadalla encontrou um site cristão árabe e começou a ler a Bíblia. Ao chegar em João 14:6, identificou que a figura que havia visto era Jesus. “Levantei as mãos e disse: ‘Senhor, sou seu’”, afirmou. Um voluntário do site passou a acompanhá-lo espiritualmente e, depois de três meses, ele buscou uma igreja local. No entanto, devido à reputação de sua família, foi recusado por diversas congregações que temiam represálias.
Somente em 2010, um pastor libanês aceitou encontrá-lo. Após a reunião, foi acolhido na igreja e batizado. “Diziam que Deus me trouxe como um presente”, relatou. Em seguida, cursou teologia e iniciou um trabalho evangelístico entre árabes e muçulmanos.
Com o tempo, sua família descobriu a conversão e seu pai passou a persegui-lo. “Ele já tentou me matar 22 vezes. Tenho 18 cicatrizes no corpo, mas ainda estou vivo graças a Deus”, afirmou, segundo o God Reports.
Nadalla também evangelizou seu irmão mais velho, que se tornou cristão. Em julho de 2014, o Estado Islâmico (ISIS) chegou à cidade e seu pai ordenou que o filho mais velho se juntasse à jihad. Ele recusou, afirmando que a Bíblia ensinava a amar os inimigos. O pai, então, disparou contra o próprio filho, que morreu no local.
Após a perda do irmão, Nadalla enfrentou um período difícil. Em 2018, mudou-se para o Canadá, onde se casou e fundou duas igrejas. “Não vim para fugir da perseguição, mas para obter um passaporte canadense que me permitisse ter uma cerimônia de casamento cristã e viajar pelo mundo para compartilhar o Evangelho”, explicou.
Além disso, criou um ministério online por meio da rádio “Voice of Faith”, que, segundo ele, tem alcançado pessoas ao redor do mundo, especialmente no Oriente Médio.