Um juiz no Reino Unido decidiu que a demissão do pastor Bernard Randall, capelão de Trent College, em Long Eaton, Derbyshire, foi “insegura” devido ao preconceito anticristão de um membro do Tribunal Trabalhista que havia rejeitado seu recurso.
O caso foi decidido pelo Tribunal de Apelações Trabalhistas em Londres, sob a supervisão do juiz James Tayler, que remeteu o caso de volta ao tribunal original para um novo julgamento completo. Além disso, o Trent College foi ordenado a pagar £ 20 mil (aproximadamente US$ 24.457) em custas judiciais a Randall.
Randall foi demitido em junho de 2019 após pregar um sermão em que defendia a ideia de que era razoável questionar e debater a ideologia LGBT. A mensagem foi proferida depois que a escola convidou o grupo ativista Educate and Celebrate (E&C) para promover uma agenda que Randall considerava problemática, como a “desconstrução de binários” relacionados a gênero, a moralidade e a infância.
Em sua declaração após o julgamento, Randall explicou que, como capelão e ministro da Igreja da Inglaterra, era seu dever promover o debate e orientar os alunos sobre as diferentes visões e crenças em torno das questões LGBT+.
Ele argumentou que a teoria queer, defendida pelo E&C, pode abrir caminho para comportamentos prejudiciais e inapropiados, especialmente em um ambiente escolar. Randall também criticou a influência de grupos como o E&C, que, segundo ele, promovem uma agenda ideológica radical, prejudicial à sociedade e à igreja.
O processo de Randall começou após sua demissão, movendo uma ação contra o Trent College, embora seu recurso tenha sido inicialmente rejeitado pelo Tribunal Trabalhista em 2022.
Uma das questões centrais do caso foi a alegada parcialidade do tribunal original, em especial de um dos juízes, Jed Purkis, que foi acusado de fazer declarações anticristãs nas redes sociais. Essas declarações, juntamente com o histórico de Purkis, foram levantadas como evidência de parcialidade no julgamento, segundo informações do portal The Christian Post.
Em 2024, Purkis foi formalmente repreendido após suas postagens nas redes sociais serem descobertas durante outro caso, o que ajudou a adicionar o fundamento de parcialidade ao recurso de Randall.
Esse caso envolvia também uma professora cristã que foi demitida por questionar a transição de gênero de uma criança, apoiando ainda mais o argumento de Randall de que ele foi tratado injustamente devido à sua oposição à ideologia LGBT+.
A Christian Concern, organização que apoia Randall, tem levantado preocupações sobre a liberdade de expressão e os direitos religiosos em escolas, especialmente em relação ao ensino cristão.
Andrea Williams, presidente-executiva do Christian Legal Centre, destacou que o caso de Randall tem implicações mais amplas sobre os direitos de professores e pais que se opõem a agendas ideológicas radicais, como a promovida pelo E&C.
Randall já havia sido inocentado por várias autoridades governamentais, incluindo a Prevent, que monitora ameaças extremistas, e a Teaching Regulation Agency (TRA), que não encontrou evidências para justificar sua demissão.
A Comissão de Caridade que supervisionava o E&C fechou a organização após escândalos envolvendo abusos e comportamentos inapropriados de alguns de seus representantes.