Não é de hoje que a cultura gospel tem conquistado espaço em costumes que antes eram associados apenas ao “mundo”. De gêneros musicais, vestimentas, estética corporal e templos temáticos a boate com “balada gospel“, os cristãos evangélicos têm incorporado diversos elementos típicos da sociedade em seu estilo de vida. Ou; é a sociedade que tem incorporado o estilo de vida gospel?
No Rio Grande do Sul, em Campo Grande, o empresário Leandro Fernandes dos Reis, de 33 anos, visando a população cada vez maior de cristãos evangélicos, jovens, segundo dados da última pesquisa Datafolha que você pode ver AQUI, resolveu inserir na programação da sua boate, a “Cactos Show Bar“, o dia da “balada gospel“.
“Aqui é balada, não é culto.”
A balada gospel acontece na boate toda quinta-feira. Esse é o dia reservado para o público cristão e por isso não é permitido a venda de bebidas alcoólicas, nem cigarros. Essa é uma regra que o proprietário faz questão de seguir a risca, visando a conquista do público alvo.
“Já estava acostumado a observar as casas em Campo Grande, pensei em algo que tivesse tudo em um lugar só. Aqui na cidade a maioria é voltada só para o sertanejo e não quis deixar de lado os outros estilos, o gospel é um deles”, afirmou Leandro em publicação no site Campo Grande News.
Na boate que também possui programação para adolescentes aos domingos, a balada gospel conta com apoio de Dj, repertório apenas de música gospel e open bar com água, refrigerante, água de coco, etc., produtos aceitos pela maioria dos evangélicos.
Na prática, a proposta da boate não é muito diferente do que algumas igrejas já fazem dentro dos seus templos, pátios e galpões para atrair o público jovem, com eventos de música gospel, dança e um cardápio compatível com o que é permitido pela igreja local.
A grande diferença está no espaço, por ser a boate um lugar específico para baladas, também, de outros gêneros, assim como na motivação e responsabilidade de quem organiza o evento. Sobre isso, o idealizador da balada gospel faz questão de afirmar também na publicação citada:
“Aqui é balada, não é culto. A diferença está na música que é gospel e no funcionamento da casa que é diferente nesse dia”.
Leandro conta que procurou saber a opinião de pastores e padres que, segundo eles, vislumbraram a possibilidade de trazer os jovens para a igreja por meio da música. O empresário aposta também na curiosidade do público para obter aceitação e compreensão da sua proposta.