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Cerca de 40 mil cristãos participaram da 12ª edição da Marcha para Jesus em Paris no último sábado (24), segundo dados do jornal La Croix. O número representa o dobro de participantes em relação a 20204, quando 20 mil pessoas compareceram.
O evento, que percorreu avenidas como a Champs-Élysées, teve início com um culto na Praça do Trocadéro, próximo à Torre Eiffel, e incluiu pregações, testemunhos de curas e uma caminhada com trios elétricos e bandas gospel.
Organizado por denominações evangélicas, pentecostais e carismáticas, o ato foi liderado pelo evangelista suíço Jean-Luc Trachsel, de 54 anos, conhecido por campanhas em estádios europeus.
Em publicação no Instagram, Trachsel relatou “multidões entregando suas vidas a Jesus, curas e libertações em massa, e batismos no Espírito Santo com falar em línguas”. A polícia parisiense não confirmou os relatos sobrenaturais, mas atestou a ordem pública durante o evento.
Programação
A Marcha para Jesus começou às 10h com pregações sobre “arrependimento e salvação”. Cartazes em francês e inglês exibiam frases como “Jesus Vive” e “A Europa Pertence a Cristo”.
Às 14h, os participantes seguiram em caminhada por 3 km até a Esplanada dos Inválidos, onde ocorreram shows de artistas como o grupo de louvor Hillsong França.
Trachsel, fundador da missão Impact Europe, destacou o crescimento da presença evangélica na França, país onde 3% da população se declara protestante, segundo pesquisa do Institut Montaigne (2022). “Este é o início de um avivamento histórico. Paris será salva, a França será salva, a Europa será salva”, proclamou.
Contexto religioso
A França, nação com raízes católicas (34% da população se identifica como tal, de acordo com o Eurobarômetro 2023), tem registrado aumento de igrejas evangélicas, principalmente em regiões como Île-de-France e Auvergne-Rhône-Alpes.
Em 2021, o governo classificou o evangelicalismo como “a religião que mais cresce” no país, com 744 templos novos entre 2010 e 2020, segundo a Federação Protestante da França.
Críticos, como o sociólogo Jean-Paul Willaime, alertam para “tensões com o secularismo francês”, lembrando que em 2022 o Parlamento aprovou lei para combater seitas e “extremismos religiosos”. Nenhum incidente foi relatado durante a marcha.