A backing vocal Rejane Silva de Magalhães (à direita na foto) está processando a cantora e pastora Aline Barros na Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro após ter sido demitida em 2015. No processo, ela reclama diversos direitos trabalhistas e alega ter sido vítima de homofobia.
De acordo com diversos veículos de imprensa, o valor da indenização pedida por Rejane é de R$ 1 milhão, referente à declaração de vínculo empregatício nos 10 anos que trabalhou com Aline Barros, recolhimentos de INSS e Fundo de Garantia, horas extras, horas trabalhadas em feriados, adicional noturno, décimo terceiro salário, férias, e uma reivindicação sobre uma suposta redução salarial.
Além disso, a backing vocal acusa a empresa Aline Barros Produções Artísticas de assédio moral, já que no processo consta a versão de Rejane que sua demissão teria sido fruto de homofobia, uma vez que a cantora já declarou diversas vezes que sua postura em relação à homossexualidade é semelhante à da Bíblia Sagrada.
O advogado Giovanni Ítalo de Oliveira, que representa Rejane, declarou em entrevista ao portal G1 que “o processo em si está motivado pelo próprio não reconhecimento do vínculo empregatício”, mas confirmou que há acusação contra Aline Barros por assédio moral: “Foi demitida por discriminação”.
Oliveira alega que a backing vocal teria sofrido discriminação quando Aline e seu marido, o pastor Gilmar dos Santos, teriam ouvido rumores sobre a homossexualidade de sua cliente. “Não convocavam mais para os shows e usaram de todas as formas possíveis para que Rejane se demitisse. Isso acabou não levando efeito, porque ela resistiu. Mas acabou sendo sumariamente demitida. A única razão de ter sido demitida foi a opção sexual dela”, reiterou o advogado.
“Não conheço a fonte, acabou vazando provavelmente foi alguém da Igreja. Era difícil, porque a Rejane nunca chegou a assumir a homossexualidade – ela é evangélica, e o mundo gospel não aceita gay. A Aline e o Gilmar perguntaram se ela era homossexual. Ela negou, e mesmo assim começou esse tratamento de discriminação”, acrescentou Ítalo de Oliveira.
Defesa
Em resposta às acusações, a assessoria de imprensa da cantora enviou uma nota comentando o processo que está na Justiça do Trabalho e diz que Aline Barros recebeu com “surpresa e decepção” a iniciativa de Rejane.
Aline Barros pontua que a acusação de homofobia é “fantasiosa”, porque os princípios que adota em sua rotina são baseados no respeito: “Minha crença cristã jamais me permitiria agir de forma ilegal, desleal e/ou preconceituosa com quem quer que fosse”.
Recentemente, Aline Barros foi condenada a indenizar outra ex-funcionária em R$ 200 mil, de acordo com informações do portal MSN. Marcela da Costa Macedo, ex-assistente da cantora, acusava a cantora de não pagar suas comissões de shows. O juiz Paulo Rogério dos Santos, da 21ª Vara do Trabalho, deu ganho de causa à requerente.
Confira a íntegra do comunicado de Aline Barros sobre as acusações da backing vocal Rejane Silva de Magalhães:
“Após tomar conhecimento do teor da matéria veiculada pelo site G1 no dia de ontem, sinto-me na obriga a vir a público para refutar as alegações ali expostas. E o faço não somente em respeito ao meu público, mas, em especial, em respeito a todos aqueles que conhecem meu trabalho, minha índole, minha postura e minha fé.
Foi com enorme surpresa e decepção que, meses atrás, tomei conhecimento da existência da reclamação trabalhista movida pela Sra. Rejane Magalhaes que, efetivamente, prestou serviços eventuais de backing vocal em minhas apresentações no decorrer de alguns anos.
Nesse ponto cabe um primeiro esclarecimento: na ação, a Sra. Rejane alega lhe serem devidas férias, décimo terceiro salário e outras verbas mais, em razão de nunca ter tido sua carteira de trabalho assinada. Contudo, a afirmação não corresponde aos fatos, uma vez que NUNCA houve rela ao de emprego entre aquela profissional e minha empresa.
A Sra. Rejane efetivamente atuou como backing vocal em minhas apresentações, mas sua atuação se dava unicamente quando sua agenda profissional era compatível com a minha e quando ela assim o desejasse, tendo ocorrido inúmeros apresentações sem sua presença, cabendo dizer, ainda, que durante todo esse período, a mesma atuava como backing vocal de outros artistas.
Ainda mais fantasiosa é a alegação de que nossa relação tenha se encerrado em razão de minha equipe ter tomado conhecimento da orientação sexual da Sra Rejane.
A escolha e contratação dos profissionais que atuam em nossas apresentações, seja aqueles que efetivamente compõe nossa equipe e possuem rela ao empregatícia conosco, seja aqueles que nos prestam serviços eventuais (caso da Sra. Rejane) se dá unicamente com base em sua capacidade e atuação profissional, não nos dizendo respeito os detalhes de suas vidas particulares, desde que tais detalhes não influenciem no objetivo geral dos eventos.
Aqueles que conhecem minha trajetória sabem da lisura e respeito com que trato os profissionais que comigo atuam, até mesmo porque, sem eles, nunca chegaria onde cheguei e a todos eles sou grata. Ademais, minha crença cristã jamais me permitiria agir de forma ilegal, desleal e/ou preconceituosa com quem quer que fosse, sendo absolutamente absurdas as alegações trazidas na ação judicial e novamente reproduzidas na matéria do G1 datada do dia 30/08/2018.
Por todos esses motivos, renovo aqui minha indignação contra os argumentos fantasiosos, maldosos e irresponsáveis que são apresentados naquela ação judicial, sendo certo que todos os pontos aqui mencionados serão alvo de provas e esclarecimentos que serão oportunamente apresentados em juízo, havendo, de minha parte, a mais plena convicção de que a JUSTIÇA e a VERDADE prevalecerão”.