Um grupo ativista de extrema esquerda identificado como “Anonymous” assumiu publicamente a autoria de um ataque incendiário em Bremen, Alemanha, direcionado a um escritório de assistência social da Igreja Livre (Sozialwerk Der Freien Christengemeinde) e a uma delegacia de polícia.
Conforme relatado pelo Observatório sobre Intolerância e Discriminação contra Cristãos na Europa (OIDAC Europe), o incidente ocorreu em 15 de dezembro e gerou danos estimados em €20 mil (R$ 127 mil).
De acordo com os ativistas, o ataque visou a igreja devido à sua associação à ala conservadora da Aliança Evangélica Mundial (WEA). Em uma postagem no site tumulte.org, Anonymous afirmou ter colocado um dispositivo incendiário feito com 20 litros de gasolina na parte traseira do prédio. O ataque também atingiu uma parte do edifício que é usada pela polícia local.
O grupo declarou que o alvo principal era a igreja pentecostal, responsável por promover valores conservadores e práticas que o grupo descreveu como contrárias aos direitos de autodeterminação de mulheres e minorias de gênero.
Além disso, o Anonymous relacionou o trabalho social cristão na Alemanha à expansão de igrejas pentecostais, acusando-as de impor interpretações bíblicas sobre leis civis e de promover homofobia.
Investigação
René Möller, porta-voz do senador do Interior Ulrich Mäurer, declarou ao site alemão Das BLV que as autoridades estão tratando a carta de confissão do grupo com seriedade. A investigação está sendo conduzida pelo Departamento de Segurança do Estado da Polícia de Bremen. No entanto, detalhes adicionais sobre o progresso da investigação não foram divulgados.
O Anonymous vinculou suas ações ao “Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Violência Patriarcal” e expressou solidariedade a movimentos feministas e queer militantes.
O grupo também mencionou protestos ocorridos em 2008 na Grécia após o assassinato do adolescente Alexis Grigoropoulos, demonstrando apoio a manifestantes presos na ocasião.
Em suas declarações, o grupo criticou a influência política de igrejas pentecostais, relacionando suas crenças a ideologias de direita e a líderes como Donald Trump e Jair Bolsonaro. Além disso, acusou a Aliança Evangélica Alemã de se alinhar a publicações e grupos de direita.
O ataque incendiário destacou tensões entre grupos ativistas e organizações religiosas na Alemanha, levantando debates sobre liberdade religiosa e os limites de protestos políticos.
A polícia e outras autoridades continuam monitorando as atividades do grupo enquanto investigam possíveis conexões com outros incidentes semelhantes, segundo o portal The Christian Post.