A Disney está prestes a lançar o filme Uma Dobra no Tempo, uma adaptação do livro homônimo lançado em 1962, com várias referências cristãs e menções à Bíblia. No entanto, a versão da gigante do entretenimento omite tudo que a autora Madeleine L’Engle havia inserido como menção à mensagem de Jesus.
Uma avaliação do articulista Tyler O’Neil, do portal PJ Media, aponta para o fato que, em geral, “na transição de livro para filme, muitos aspectos são deixados de fora”, o que é uma crítica recorrente dos amantes da literatura em relação às adaptações feitas para o cinema. No entanto, ele aponta que no caso de Uma Dobra no Tempo, “essas omissões revelaram-se particularmente flagrantes, em parte porque envolveram reescrever a estória”.
“A batalha entre o bem e o mal (luz e escuridão) forma um tema central em Uma Dobra no Tempo, e tanto o livro como o filme mencionam muitas figuras históricas que lutaram contra a escuridão em nome da luz. A Disney pareceu se esforçar para excluir qualquer indício do cristianismo do filme, chegando a cortar até artistas históricos mencionados por Madeleine L’Engle, autora do livro”, acrescentou O’Neil.
Como exemplo, um diálogo sobre essa intensa batalha que culmina com a citação do versículo de João 1:5, “a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam”, e o reconhecimento de que o maior símbolo do combate ao mal foi Jesus, foi completamente banido pela Disney.
“No entanto, as referências cristãs mal começaram [neste ponto do livro]”, explica o articulista, lembrando que personagens históricos, como Leonardo da Vinci, Michelangelo, o teólogo francês Albert Schweitzer, Ludwig van Beethoven, Rembrandt van Rijn e St. Francis, William Shakespeare, Johann Sebastian Bach, Louis Pasteur, Euclides e Nicolau Copérnico, dentre outros, também são citados.
“No final da versão da Disney, o público recebe uma lista muito truncada: Albert Einstein, Marie Curie, Jane Austen, Mahatma Gandhi, Nelson Mandela e Maya Angelou. Para ser justo, Einstein, Curie e Gandhi estavam na lista do livro original”, pondera O’Neil, apontando uma tentativa de adequar as citações à nova perspectiva adotada para o filme.
“Observe a excisão da história aqui. Todas as figuras, mesmo parcialmente associadas à Europa e ao cristianismo – até grandes artistas como Vinci, Michelangelo, Beethoven, Rembrandt e Bach – foram cortadas. Jesus, São Francisco e Copérnico também foram apagados, apesar do enorme impacto na história e da insistência de L’Engle de que eles eram historicamente importantes”, denunciou O’Neil.
Outra citação à Bíblia feita pela autora do livro foi excluída: o livro de Gênesis, que é apontado por uma das personagens como a escolha preferida de uma das crianças que compõem a estória.
O’Neil vai mais à frente em sua crítica, citando outra omissão, intencional ao que parece, da Disney: “No planeta Uriel, criaturas dançam e cantam. Enquanto [a personagem] Meg não pode resolver isso primeiro, ela mais tarde ouve: ‘Cante ao Senhor uma canção nova, e seu louvor do fim da terra, vós que desce ao mar, e tudo o que ali está, as ilhas e os seus habitantes. Deixe o deserto e suas cidades levantar a voz, que os habitantes da rocha cantem, gritam do alto dos montes. Que eles dêem glória ao Senhor!’. Nesta passagem, L’Engle traduziu Isaías 42: 10-13 em uma versão para crianças”, recapitulou.
Ao final, citando outras exclusões de referências bíblicas como Romanos 8:28 e I Coríntios 1:25-28, Tyler O’Neil resumiu: “Sem a fundamentação bíblica dos temas profundos em Uma Dobra no Tempo, a estória de fantasia se torna um conto de viragem sobre abraçar-se, ao invés de confiar em um poder maior do que você. Quando a Disney retira Deus da equação, os elementos espirituais dão lugar a uma adoração de si mesmo”, lamentou.