A banalização da sexualidade humana foi o tema abordado pela psicóloga cristã Marisa Lobo, especialista em Direitos Humanos e Saúde Mental, bem como autora de livros que falam sobre a proteção das crianças diante do que ela chama de “erotismo pornográfico” promovido por figuras como a cantora Anitta e a TV Globo.
Em um artigo publicado dias atrás, Marisa Lobo demonstrou como a exposição de crianças à sexualidade precoce produz diversas sequelas em seu desenvolvimento emocional, colocando a sua própria integridade física em risco.
Para a especialista, a banalização da sexualidade tem sido disfarçada em conteúdos classificados falsamente como “livres”, quando na verdade são a promoção de conteúdos de “imagens e temas” que ultrapassam a capacidade “de compreensão e processamento emocional” das crianças.
“O que aconteceu no especial de Ano Novo da Globo, com a cantora Anitta expondo um erotismo pornográfico vulgar, nos coloca em alerta”, avalia a psicóloga, explicando que, aparentemente, até o que deveria ser utilizado como ferramenta de proteção à infância já foi “aparelhado” pela exploração da pornografia.
Disfunções
Para Marisa Lobo, os efeitos da exposição das crianças ao erotismo pornográfico produz sequelas como “uma visão irrealista e, muitas vezes, violenta e degradante da sexualidade”, algo tipicamente visto na indústria pornográfica, onde as relações humanas são objetificadas e destrutivas.
“Crianças podem internalizar padrões de relacionamento abusivos, confundindo sexo com violência ou poder”, diz a especialista, explicando que os efeitos negativos são o resultado dos padrões repetitivos de assimilação dos conteúdos.
Neste caso, apresentações eróticas feitas por cantores como Anitta, amplamente divulgadas pela imprensa e retratadas de forma natural, fazem parte desse contexto de condicionamento comportamental autodestrutivo sobre os menores.
“A exposição repetida a conteúdo sexual explícito pode levar à imitação de comportamentos sexualizados precoces e inadequados para a idade, colocando as crianças em situação de vulnerabilidade e risco”, alerta Marisa Lobo.
Ansiedade e outros transtornos emocionais, bem como a normalização da exploração e do abuso sexual são alguns dos efeitos dessa exposição precoce do erotismo no universo infantil.
“A dificuldade em processar informações sexualmente explícitas pode levar a traumas psicológicos significativos […] especialmente se for violento ou degradante, pode normalizar atitudes abusivas e a exploração sexual, diminuindo a capacidade das crianças de identificar e denunciar situações de risco”, completa a psicóloga.
Reação conjunta
Marisa Lobo, por fim, entende que o combate à exposição do erotismo pornográfico sobre as crianças passa por uma reação conjunta dos diferentes setores da sociedade, tendo o filtro dos pais como o centro dessa responsabilidade, assim como a educação escolar e o compromisso coletivo pela proteção infantil
“Somente através da combinação de regulamentação eficaz, educação parental consciente e programas educativos nas escolas poderemos garantir um ambiente seguro para o desenvolvimento saudável das futuras gerações”, diz Marisa em seu artigo para o Pleno News.
Ela conclui dizendo que “A negligência nessa área tem consequências de longo alcance, comprometendo a saúde mental, emocional e o bem-estar das crianças, impactando toda a sociedade, as TVS deveriam ter um mínimo de cuidado com esses conteúdos, que não atraem famílias apenas a perversidade humana, erotizando os mais inocentes.”