O pastor Max Lucado pregou numa praça que tem sido palco de protestos pelo assassinato de George Floyd, juntamente com fiéis de uma igreja na cidade de San Antonio, no Texas. Em sua pregação, o famoso escritor lembrou que “o que não podemos fazer, Jesus faz”, referindo-se à paz social.
O culto ao ar livre realizado no Travis Park, centro de San Antonio, contou com centenas de pessoas, que se reuniram pacífica e ordeiramente para enviar uma mensagem às pessoas desesperadas com a situação social vivida pelos Estados Unidos. Em outros dias, o mesmo parque foi palco de protestos com tom político.
O evento foi organizado pela Igreja Bíblica Comunitária de San Antonio – uma das maiores congregações da cidade homônima – com apoio de outras igrejas da região, e incentivou aos participantes a “exercerem um alto nível de cautela”, já as preocupações relacionadas ao COVID-19 persistem.
“Onde Jesus está, aqueles que estão traumatizados encontram esperança, encontram um novo começo, encontram um novo começo. Onde Jesus está, toda pessoa é valorizada, o Evangelho é declarado”, afirmou Max Lucado, conforme informações do portal The Christian Post.
“O resto da sociedade está estressado, abandonando o navio, indo embora, jogando a toalha, zangado, amargo um com o outro. Precisamos desesperadamente que algumas pessoas que amam a Jesus, temem a Deus e [são] cheias do Espírito se voltem para Cristo e digam: ‘Cristo, apenas nos ajude’. Meu nome está nessa lista. Espero que o seu também seja porque Ele quer e pode”, disse o pastor.
Ao longo de sua pregação, Lucado disse que as pessoas podem se sentir sobrecarregadas ao tentar resolver problemas sociais se buscarem apenas respostas humanas. “Parece que todos os dias trazem um novo conjunto de problemas: o COVID-19, a quarentena, máscaras, idosos, mais de 100 mil mortes, 40 milhões de desempregados, protestos e saques. Estamos começando a nos sentir machucados e a nos machucar”, contextualizou.
“Acho que recebi uma história do Novo Testamento que lhe daria alguma coragem ao enfrentar esses sentimentos de sentir-se sobrecarregado”, introduziu o pastor, citando João 6 para contar o milagre da multiplicação. “Acreditamos que deveria haver pelo menos 15 mil pessoas – cinco mil homens, fora mulheres e crianças. A certa altura, Jesus percebeu que eles não tinham nada para comer”, recapitulou.
“Eles não tinham mais comida em suas bolsas. Eles não tinham acesso a caminhões ou lojas. Essas mais de 15 mil pessoas estavam com fome, seus estômagos roncavam e Jesus fez a pergunta a seus seguidores: ‘Onde podemos comprar pão suficiente para alimentar todas essas pessoas?’”, resumiu o pastor, acrescentando que a pergunta tinha sido feita “para testar Filipe, porque sabia o que ele próprio faria”.
“Filipe respondeu: ‘Vários milhares de dólares’ em pão não seriam suficientes para dar uma pequena mordida a todas essas pessoas’. Um dos outros discípulos de Jesus, André, irmão de Simão Pedro, disse a Jesus: ‘Há um menino aqui com cinco pães de cevada e dois peixes. ‘O que são essas coisas quando existem todas essas pessoas?’”, seguiu o pastor.
“Filipe era um cara prático e olhava para o mar de rostos. Ele ouviu os murmúrios e imaginou os estômagos queixosos. Ele respondeu sem hesitar: ‘Não temos o que é preciso para enfrentar esse desafio. Nossa bolsa não tem as moedas. Nosso orçamento não recebeu doações. Nossa capacidade não tem essa amplitude. Existem bocas demais e não há dinheiro suficiente’”.
Max Lucado, então, chamou atenção das pessoas que ouviam sua pregação no parque que a frase “todas essas pessoas” havia sido “repetida três vezes”: “Filipe não viu nenhuma ajuda para ‘todas essas pessoas’ e André teve uma ideia, mas essa ideia murchou nos rostos de ‘todas essas pessoas’”.
O pastor pediu aos presentes que considerassem qual seria sua versão de “todas essas pessoas” nos dias atuais: “Os discípulos se sentiram sobrecarregados. Talvez você também. Pode ser algo tão rotineiro quanto ‘todas essas fraldas’ ou ‘toda essa lição de casa’ ou ‘todos esses longos dias’”, disse Lucado. “Ou pode ser tão perturbador quanto ‘toda essa pilhagem’ ou ‘toda essa violência’ ou ‘toda essa morte’ ou ‘toda essa depressão’ ou ‘todas essas contas’”, acrescentou.
“Seja o que for, a demanda supera a oferta e você se sente tão desesperado quanto Filipe e tão escasso quanto André”, enfatizou o pastor, que lembrou que esses mesmos discípulos já haviam visto Jesus realizando outros milagres: “Eles viram um homem coxo andar. Você gostaria de ver mais coragem e mais determinação, mais ‘não podemos fazer isso, mas você pode, Jesus’”.
“Eles e os outros silenciosos não mostram ousadia. Eles contaram as pessoas famintas. Contaram o dinheiro na bolsa. Contaram o pão e o peixe. Mas eles não contaram com Cristo que estava ali. Ele não poderia estar mais perto. No entanto, a ideia de solicitar ajuda não surgiu sobre eles. Mesmo assim, Jesus foi direto ao trabalho”, disse.
Jesus forneceu comida suficiente para alimentar todos e sobrou o suficiente para encher 12 cestas: “Jesus cuidou da situação, não foi? Esse desafio impossível de alimentar ‘todas essas pessoas’ se tornou o milagre inesquecível de ‘todas essas pessoas’ alimentadas”.
Ao fim, Max Lucado enfatizou que “o que não podemos fazer, Cristo faz”, e ponderou que os discípulos são a “imagem dos momentos da vida em que tentamos resolver nossos problemas sem Cristo”: “São problemas sérios que enfrentamos [hoje]. Eles são extremamente difíceis. Você sente que está enfrentando cinco mil desafios? Antes de contar seu dinheiro, antes de se contar e antes de contar sua quantidade escassa de peixe e pão, posso pedir para contar com Cristo?”, questionou.