O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última sexta-feira dados que mostram o menor número de nascimentos no Brasil desde 1976, além de estatísticas sobre divórcios. Em 2023, foram registrados 2,52 milhões de bebês, queda de 12% em relação à média anual dos cinco anos anteriores à pandemia (2,87 milhões).
O declínio reflete mudanças sociais como custos elevados para criação de filhos, acesso a métodos contraceptivos e priorização da carreira e formação educacional pelas mulheres.
Dados de Nascimentos:
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O total de 2023 é o mais baixo desde 1976, quando o país registrou 2,467 milhões de nascimentos.
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A tendência de redução é global, conforme destacou Cintia Simões Agostinho, pesquisadora do IBGE: “Países desenvolvidos e em desenvolvimento enfrentam fenômeno semelhante.”
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Klivia Brayner de Oliveira, gerente da Pesquisa de Registro Civil, explicou: “As mulheres estão adiando a maternidade para focar em estudos e profissão. Com a idade avançada, a chance de ter mais filhos diminui.”
Perfil das Mães:
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Idade: Em 2023, 11,8% dos nascimentos foram de mães com até 19 anos, enquanto 39% foram de mulheres a partir de 30 anos.
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Regiões: Norte e Nordeste concentram maior proporção de mães adolescentes (até 19 anos). Sul e Sudeste lideram em nascimentos de mães com 30 anos ou mais.
Casamentos e Divórcios:
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Casamentos: Foram registrados 940.799 uniões civis em 2023, queda de 3% ante 2022. Casamentos heterossexuais e entre homens caíram, enquanto uniões entre mulheres subiram para 11.918.
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Tendência histórica: O número de casamentos no Brasil vem caindo há décadas. Em 2019, houve 1 milhão de registros, que despencaram para 757 mil em 2020 (pico da pandemia).
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Divórcios: Aumentaram para 441 mil em 2023, maior número desde 1974. A duração média dos casamentos caiu de 16 anos (2010) para 13 anos (2023). Quase metade dos divórcios envolveu casamentos com menos de 10 anos, e 53% dos casos tinham filhos menores.
Contexto Histórico:
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Casamentos tardios: Em 2023, a idade média para casar foi de 29 anos (mulheres) e 31 anos (homens), reflexo da priorização de estabilidade financeira e profissional.
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Impacto da pandemia: A queda abrupta de casamentos em 2020 (-24,3% ante 2019) foi seguida por recuperação parcial em 2021 e 2022, interrompida em 2023.
Especialistas apontam que a combinação de fatores econômicos, sociais e culturais deve manter a tendência de redução de nascimentos e casamentos no curto prazo. Para Oliveira, “o adiamento da maternidade não significa abandono, mas uma redefinição de prioridades em um contexto de maior autonomia feminina.”
Dados Complementares:
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Segundo o IBGE, 69,4% dos registros de nascimento em 2023 ocorreram em cartórios públicos, enquanto 30,6% foram em hospitais privados.
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A taxa de fecundidade no Brasil caiu de 6,3 filhos por mulher em 1960 para 1,6 em 2023, abaixo do nível de reposição populacional (2,1).
Este cenário, conforme publicação recente do GospelMais, faz acender um sinal de alerta entre os que defendem a família, impondo às igrejas a responsabilidade de discutir o tema com zelo, uma vez que essa tendência coloca em xeque o futuro da estrutura familiar no país. Confira:
Família em declínio? Dados sobre divórcio e casamento revelam cenário assustador
