O senador Magno Malta (PL-ES) utilizou sua participação ao vivo na rádio AuriVerde Brasil, nesta segunda-feira, 6 de janeiro, para criticar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Malta rebateu declarações atribuídas ao magistrado sobre a proibição de manifestações que pudessem ser interpretadas como apoio aos atos de 8 de janeiro de 2023, data marcada por invasões às sedes dos Três Poderes em Brasília.
Malta afirmou que Moraes teria enviado uma “ameaça” ao estipular limites às manifestações. O senador declarou que exercerá seu direito de se manifestar e criticou o que chamou de “enterramento da Constituição”.
“Medo eu conheço de ouvir falar, eu nunca fui apresentado. No dia 8, ministro, eu estarei me manifestando. E eu tenho todo o direito, na finada Constituição que vocês enterraram. Não existe crime de opinião. Eu posso me expressar, ministro. Eu posso falar…” – afirmou o parlamentar.
Durante sua fala, Magno Malta também questionou a atuação do ministro em relação a pessoas que ainda enfrentam restrições legais ou estão presas em decorrência dos eventos de 8 de janeiro. Ele mencionou casos específicos, como o de Clezão, cuja morte ele citou, e o ex-deputado Daniel Silveira.
“A família de Clezão não pode chorar a morte dele no dia 8, ministro? A família de Daniel Silveira não pode chorar dia 8? Nós não podemos lamentar, dia 8, as prisões que foram feitas indevidamente de uma pessoa que ainda está preso numa tornozeleira, pessoas com síndrome de Down, com câncer (…) Eu vou me manifestar sim, ministro. Eu não tenho medo dos seus arroubos” – disse Malta.
O senador também descreveu o atual momento político do Brasil como uma “ditadura da toga” e garantiu que não se intimidará com as decisões de Moraes.
“O senhor chegou num ponto a ameaçar todo mundo. A mim, não vai acovardar” – concluiu.
A postura do senador Malta reflete a tensão entre parlamentares e membros do STF em relação aos desdobramentos dos protestos de janeiro de 2023. A discussão sobre anistia aos condenados pelo protesto ainda circula nos bastidores de Brasília.