O Ministério Público do Maranhão, por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Zé Doca, emitiu parecer favorável ao cancelamento do festival de música gospel anunciado pela prefeita Flavinha Cunha (PL-MA) para substituir a tradicional festa de carnaval. A decisão foi tomada após a denúncia de um advogado, que questionou a legalidade do evento.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais no final de janeiro, a prefeita anunciou que a cidade não realizaria festividades de carnaval, mas, sim, investiria em shows religiosos. “Serão quatro dias de muito louvor e adoração a Deus”, afirmou Flavinha, em referência ao “Festival Adora Zé Doca”.
O evento, que tinha um custo estimado de R$ 605 mil aos cofres públicos, incluiria apresentações de artistas como Maria Marçal, Morada, 3 Palavrinhas, Kleber Machado, Gerson Rufino, entre outros cantores locais, informou o UOL.
Diante da denúncia, o Ministério Público solicitou informações ao secretário municipal de Cultura sobre o planejamento e os gastos previstos para a realização do festival. Após análise, o MP manifestou-se favoravelmente ao cancelamento do evento, recomendando que a Justiça tomasse as medidas necessárias para impedir sua realização.
Ação das igrejas
Esse tipo de substituição de eventos tradicionais, como o carnaval, por cultos religiosos não é incomum entre algumas igrejas evangélicas no Brasil. Apesar dos populares retiros (“acampamentos”) serem os mais comuns, algumas denominações têm investido no evangelismo durante esse período do ano.
Em cidades como Recife, a Igreja Universal do Reino de Deus organiza festivais de música gospel e celebrações religiosas durante o período carnavalesco, com o intuito de oferecer uma alternativa de lazer e espiritualidade para os fiéis. Estas iniciativas buscam ressignificar o período do carnaval, oferecendo uma proposta de vivência da fé para aqueles que optam por não participar das festividades tradicionais.