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O pregador pentecostal norte-americano Jimmy Swaggart morreu aos 90 anos após sofrer uma parada cardíaca em sua residência em Baton Rouge, Louisiana. A informação foi confirmada na manhã de terça-feira, 1º de julho, por meio de um comunicado publicado na página oficial do pregador no Facebook: “O irmão Swaggart terminou sua carreira terrena e entrou na presença de seu Salvador, Jesus Cristo”.
A nota prosseguiu afirmando: “Hoje foi o dia sobre o qual ele canta há décadas. Ele conheceu seu amado Salvador e adentrou os portais da glória. Ao mesmo tempo, nos alegramos por saber que o veremos novamente um dia”.
Segundo o texto publicado pelo ministério, Swaggart foi lembrado como “adorador, guerreiro e testemunha da graça e da misericórdia de Deus”, com uma fé considerada “inabalável”.
Trajetória ministerial
Jimmy Lee Swaggart nasceu em 15 de março de 1935, na cidade de Ferriday, Louisiana, em uma família marcada por vínculos com a música e o cristianismo. Aos 8 anos de idade, relatou ter vivido uma experiência espiritual que o levou a se sentir chamado ao ministério cristão.
Casou-se em 1952, aos 17 anos, com Frances Anderson, então com 15 anos. O casal teve um único filho, Donnie Swaggart. Em 1961, foi ordenado pastor pelas Assembleias de Deus, maior denominação pentecostal dos Estados Unidos.
Swaggart era primo do cantor Jerry Lee Lewis, ícone do rock’n’roll, e seguiu carreira musical própria, com a gravação de dezenas de álbuns religiosos. Estima-se que ele tenha vendido mais de 17 milhões de cópias ao longo de sua vida.
Expansão da mídia cristã
Swaggart iniciou sua atuação na mídia em 1969, com o programa de rádio The Campmeeting Hour. Em 1970, lançou a revista The Evangelist, com circulação voltada ao público evangélico.
A partir de 1973, ingressou na televisão com o programa de meia hora The Jimmy Swaggart Evangelistic Association Presents Jimmy Swaggart, e passou a transmitir gravações de cultos e pregações em diversos idiomas. Durante a década de 1980, tornou-se um dos principais nomes do televangelismo nos EUA.
Em outubro de 1987, Swaggart liderou uma cruzada evangelística no Rio de Janeiro, Brasil, com público estimado em 125 mil pessoas, segundo registros da organização.
Escândalos e repercussões
Em 1988, a carreira de Swaggart foi abalada após vir a público seu envolvimento com uma prostituta em Nova Orleans. Em uma confissão transmitida à sua congregação, declarou: “Eu pequei”.
Na ocasião, afirmou: “Não tenho ninguém além de mim para culpar. Não coloco a culpa ou a culpa da acusação em ninguém. Pois ninguém é culpado além de Jimmy Swaggart. Eu assumo a responsabilidade. Eu assumo a culpa. Eu assumo a culpa”.
Reconhecendo o impacto do episódio entre os colegas de ministério, completou: “Aos meus colegas ministros de televisão e evangelistas, […] eu tornei o seu fardo mais pesado e os magoei. Por favor, me perdoem por pecar contra vocês”.
Como consequência, foi destituído pelas Assembleias de Deus, mas manteve-se em atividade como pregador pentecostal independente.
Em 1991, voltou a ser citado pela imprensa ao ser parado por policiais na Califórnia, após cometer infrações de trânsito. A investigação posterior revelou que estava novamente acompanhado por uma prostituta, conforme relatado pela Associated Press na época.
Atuação nas últimas décadas
Apesar dos escândalos, Swaggart seguiu expandindo sua atuação na mídia religiosa. Em 1995, fundou a SonLife Radio Network, com presença em dezenas de estações nos Estados Unidos e no exterior. Em abril de 2010, lançou a SonLife Broadcasting Network, canal de TV voltado à programação evangélica.
Em novembro de 2022, Swaggart participou do funeral de seu primo Jerry Lee Lewis, realizado no Tennessee. Durante a cerimônia, afirmou: “Ele sempre teve um coração voltado para Deus, sempre. Mesmo em seus momentos mais difíceis, ele tinha um coração voltado para Deus”, conforme noticiado pelo jornal Memphis Commercial Appeal.
Falecimento
No domingo, 15 de junho, Swaggart foi encontrado inconsciente por seu filho e neto em sua residência. De acordo com a família, os paramédicos conseguiram reanimar os batimentos cardíacos, mas ele permaneceu em estado crítico.
No dia seguinte, o ministério informou que não houve mudanças em sua condição clínica, solicitando aos apoiadores que “continuassem a orar por ele e a acreditar em Deus por um milagre — mas, acima de tudo, confiamos na vontade perfeita do Senhor”.
A morte foi confirmada duas semanas depois, no dia 1º de julho, encerrando uma trajetória de mais de seis décadas de atuação ministerial, de acordo com informações do The Christian Post.