Em meio à alta de preços de alimentos e itens essenciais, igrejas de diferentes denominações continuam programas de assistência social para mitigar a insegurança alimentar no Brasil. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2023) indicam que 15,5% dos domicílios brasileiros enfrentam restrições alimentares moderadas ou graves.
Na Igreja Cristã Amor e Família (ICAF), no Jardim Branca Flor (Itapecerica da Serra/SP), o Mercado Solidário opera há dois anos com uma moeda social chamada ICAF’S. Famílias cadastradas recebem entre 90 e 140 unidades mensais, permitindo a retirada de produtos conforme necessidade.
“Cada família escolhe o que priorizar: alimentos, higiene ou limpeza”, explicou o pastor Alexandre Dias, líder da ICAF.
O projeto é sustentado por doações de membros e um empresário que contribui com 12 cestas básicas mensais. “Em períodos de inflação, alguns itens têm menor adesão, mas raramente faltam”, afirmou Dias.
Desde 2021, o programa já atendeu 320 famílias, com possibilidade de atendimento emergencial fora do cronograma.
Na Assembleia de Deus Ministério Belém – Setor 45 (Taboão da Serra/SP), as doações caíram 25% entre julho e setembro de 2023, segundo Joeli Mendonça, líder do departamento de Assistência Social.
Ainda assim, a igreja mantém a distribuição mensal para 80 famílias cadastradas. “A inflação encareceu itens como óleo e feijão, mas seguimos priorizando quem mais precisa”, disse Mendonça.
Ações em larga escala:
A Igreja Adventista do Sétimo Dia mobiliza campanhas como o Mutirão de Páscoa e o Mutirão de Natal, que arrecadaram 1,2 mil toneladas de alimentos por ano, nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
“Nenhuma família fica sem atendimento. Há excedente para emergências”, afirmou o religioso Marcos Santiago, líder do departamento Ação Solidária Adventista (ASA).
Santiago destacou que as ações combinam assistência e evangelização. “Assim como Jesus alimentou os famintos, a igreja atua para restaurar a sociedade. Ensinar a ‘pescar’ é ensinar a Palavra de Deus”, disse. A ASA expandiu parcerias com prefeituras para enfrentar problemas estruturais, como falta de acesso à água em comunidades rurais.
O Dieese registrou alta de 28% no preço da cesta básica em São Paulo entre. Nesse cenário, iniciativas como a da ICAF e da Adventista ganham relevância. “A igreja é um agente de solução, mas precisamos de políticas públicas efetivas”, ponderou Santiago.
Como ajudar
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ICAF: Doações podem ser entregues no baú fixo da igreja (Rua das Acácias, 45, Jardim Branca Flor).
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Assembleia de Deus – Setor 45: Contato via WhatsApp (11) 98765-4321 para agendar doações.
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ASA Adventista: Informações no site www.asa.adventistas.org.